terça-feira, 13 de maio de 2014

Jacareacanga: População se manifesta contra atos de violência de um grupo de guerreiros Munduruku


O clima de paz entre indígenas e não indígenas em Jacareacanga está literalmente abalado. As manifestações violentas protagonizadas por um pequeno grupo de guerreiros Munduruku liderados por uma indígena Maria Leuza Munduruku tem um histórico de violência.


Lideranças indígenas e políticas de Jacareacanga manifestam preocupação, pois a qualquer momento podem acontecer confrontos entre parentes Munduruku e até com a população não indígena.  As ações de violência deste grupo de guerreiros protagonizou uma reunião com todas as lideranças Munduruku ocorrida em 03 de Agosto de 2013 na quadra coberta Professor Ludeilson Baia, para discutir pautas ligadas ao Movimento de Resistência Munduruku. Na ocasião a Associação Pusuru repudiou as ações dos indígenas e anunciou que só os membros da entidade poderiam organizar movimentos e se manifestar em nome do povo Munduruku.

21 de janeiro de 2013: Guerreiros Munduruku liderados por Maria Leuza Munduruku invadem às 17 horas a Comunidade de mamãe Anã e sequestraram três biólogos da empresa de pesquisa Concremat. Na ocasião eles levaram três voadeiras, computadores e material de pesquisa.Os pesquisadores faziam estudos na região em função da construção das hidrelétricas do Complexo Tapajós. 

24 de janeiro 2013: O mesmo grupo de guerreiros invadiram Câmara de Vereadores de Jacareacangae mantiveram os vereadores em cárcere privado por cerca de cinco horas. Alguns vereadores foram hostilizados quando alguns guerreiros passaram nos rostos de alguns parlamentares urtiga que em suas tem pelos bem finos recobrindo toda a parte verde. Esses pelos contém ácido fórmico (H2CO2), que em contato com a pele produz vermelhidão, coceira, ardência (queimaduras) e, consequentemente, muita dor. 

04 de Fevereiro 2014: O grupo desta vez invadiu no final da tarde um garimpo localizado no Rio das Tropas (faz divisa da terra Munduruku), afluente do Rio Tapajós. Em cinco voadeiras o grupo indígena expulsou 12 garimpeiros. Uma cozinheira denunciou na Comissão de Justiça da Câmara que foi estuprada por alguns indígenas durante a ação.

05 de maio de 2014: Insatisfeitos com não recontratação de 70 professores indígenas o mesmo grupo de guerreiros tentou sequestrar o secretário de educação Pedro Lúcio Santa Rosa. A ação só não aconteceu porque populares e servidores da Educação se manifestaram com firmeza. O objetivo dos indígenas seria levar Pedro Lucio para uma aldeia próxima para forçar a recontratação dos professores.

12 de maio de 2014: Por volta das 9 horas cerca de 30 guerreiros Munduruku, entre eles a indígena Maria Leuza Munduruku, tentaram ocupar o prédio da prefeitura. Vereadores e lideranças indígenas interviram para evitar um confronto. Durante a manifestação em frente à Prefeitura notou-se que alguns homens não indígenas estavam nas esquinas armados para um possível confronto com os guerreiros Munduruku.  À noite por volta das 9 horas, moradores flagraram um grupo de indígenas ateando fogo numa casa de propriedade da Prefeitura, local onde são alojados professores que trabalham na área indígena. O fogo só não consumiu a moradia porque moradores debelaram o fogo. 

13 de maio de 2014: Profissionais da educação organizaram uma manifestação pela paz em frente à Prefeitura. Mais de 500 pessoas participaram do evento. O vice-prefeito Roberto Crixi se manifestou repudiando as ações dos parentes. Já Valdelírio Kabá, da Associação Pusuru pediu perdão à população de Jacareacanga. O secretário de educação Pedro Lúcio disse que foi agredido por um indígena durante a tentativa de seqüestro. Pedro Lúcio anunciou que por questão de segurança a Secretaria Municipal de Educação estará retirando da área todos os professores não indígenas. 

Durante a manifestação em frente á Prefeitura um grupo de indígena tentou pegar o secretário de assuntos indígenas Ivânio Alencar. Populares interviram com força e desarticularam os indígenas. A manifestação popular se dirigiu pelas ruas da cidade e num trecho da Rua Raimundo Bernardo da Silva (em frente à casa de Maria Leuza Munduruku) o grupo de guerreiros Munduruku tentou impedir a manifestação armados com lanças e flechas. Houve um confronto e os guerreiros Munduruku bateram em retirada. Jacareacanga vivencia um momento de turbulência e desta vez é a sociedade que se manifesta. 

Texto e fotos: Nonato Silva

Extraído do blog do Júnior Ribeiro

FONTE: Blog do Jota Parente.

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