quinta-feira, 8 de maio de 2014

Felipão explica convocação e afirma: "vou até o inferno com eles".


Na coletiva após o anúncio oficial, o treinador falou sobre a questão da experiência e a preparação mental para a Copa
Técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari anunciou a lista com os 23 convocados para a Copa do Mundo nesta quarta-feira (7), no Rio de Janeiro, e concedeu entrevista coletiva para comentar as escolhas. Em um misto de seriedade e descontração, Felipão falou sobre a opção por Henrique, única surpresa na lista, e os próximos passos na preparação para a Copa que será realizada no país. Fechado com o grupo, ele ainda garantiu que vai "até o inferno com eles". Abaixo, veja as palavras do treinador depois da convocação final do Brasil:


Abertura e pedido
"Queria dizer a vocês que depois de estudarmos, trabalharmos com a seleção, chegamos a uma conclusão de nomes, definimos, e como eu sei que isso muitas vezes, a gente pode concordar ou não. É uma decisão do técnico. Quero pedir aos nossos torcedores, que mesmo que discordem, que os 23 convocados sejam muito bem recebidos, tratados como sempre fomos tratados em todos os jogos do Brasil. E que todos juntos tenhamos um norte para conquistar o Mundial".


Diferença entre anúncio de 2002 e 2014
"Naquela noite eu tive que improvisar. Sabia que não ia ser bem recebido no Rio de Janeiro (por causa da não convocação de Romário) e dormi em outro hotel. Portanto, tive um estratégia diferente. Ontem não. Não precisei fazer isso. Até caminhei de tarde. Mais tranquilo que naquela oportunidade. Claro que uma convocação não agrada A, B ou C, mas não com o mesmo clamor daquela oportunidade. Do jeito que trabalhamos agora, foi relativamente mais fácil".


Convocação de Henrique
"É um jogador que confio, gosto do futebol dele".


Decisão mais difícil de ser tomada
"Onde nós tivemos olhares finais, ontem com uma série de detalhes sendo observada, foi a última indicação para a quarta zaga. Um dos quatro zagueiros. Foi onde tivemos nossas discussões, aí decidimos pela convocação do Henrique"


Porque chamar logo 23 e não 30 para depois escolher
"Tenho a definição total do que quero. Então, se tiver alguma situação diferente, no decorrer dos treinos temos alguns dias para chamar A ou B. Mas chamar e depois cortar, não acho que seja o mais adequado".


Como desfrutar a CopaFoco
"Não adianta pensarmos no final, se não dermos os passos iniciais. Passo inicial é vencendo a Croácia. Depois é passo a passo para chegar a decisão. Primeiro passo, é importante que os jogadores saibam, para chegar na frente, é importante vencer a Croácia".

"Não é tão fácil, mas como nós temos na seleção jovens, eles jogam também por prazer. Eles não são apenas profissionais. Nossa intenção é desenvolver mais esse gosto e que eles joguem um futebol taticamente equilibrado, mas que tenham gosto pela coisa, jogando futebol. Não é tão difícil passar isso para esses jogadores. Nós temos que incentivá-los. Nós temos a obrigação de ganhar o Mundial"

A má fase de alguns atletas
"Não preocupa, não. Me preocupa os exames que serão feitos, na parte física. Vamos focar para deixar todos equilibrados. A parte técnica, ninguém perde essa qualidade. Oscar é um dos melhores do mundo, longe de qualquer observação. Pode ter alguma dificuldade física, mas que seja corretamente encaminhado, trabalhado, para chegar em condições no Mundial. Assim que vamos trabalhar. A parte técnica vai ser trabalhada a partir do momento em que na parte física esteja tudo ok. Não me preocupa a situação do Paulinho, do Oscar, só a parte física me preocupa".


Lista complementar
"Dia 13 vamos apresentar mais 7 jogadores, porque é um pedido da Fifa, mas se eu tiver que trocar alguém no dia 2, não precisa ser escolhido entre os 7. Tenho que acrescentar 7, mas não preciso chamar em caso de necessidade".


Experiência do elenco
"São seis jogadores que têm experiência em Copa. Vamos ter que passar a nossa experiência de Copa do Mundo. E vamos chamar alguns ex-campeões mundiais, algumas pessoas com bagagem muito boa, para que nos ajudem em algumas palestras, para termos um ambiente bom e inserir esses atletas que não atuaram em Copa do Mundo".


Corte de Emerson em 2002 e receio
"A experiência que tive naquele dia foi horrível. Quando aconteceu aquilo, os primeiros minutos foram de um atordoamento total. O que fazer? Como temos que fazer daqui para frente? Pensarmos um jogador substituto. A gente fez uma análise. Mas é uma coisa que eu não gostaria de viver novamente. O Emerson saiu e veio o Ricardinho, que foi bem no grupo, mas não gostaria de viver novamente. São os piores 15 minutos de participação de uma seleção. O Emerson era meu capitão, junto com outros, mas ele era o principal".


Média de idade parecida com 2002
"É uma boa coincidência, mas aqueles jogadores de 2002 tinham mais experiência em Copa do Mundo do que estes. 17 desses jogadores não jogaram ainda uma Copa. Naquela oportunidade, acho que eram 10. Tinha mais jogadores experientes. Só que com a experiência que esses atletas de agora estão ganhando nos torneios que disputam, não sentirão. Confio muito nesse grupo".


Maior virtude e assédio de políticosEstreia na Copa
"Provavelmente vocês vão ouvir de todos que já jogaram que o primeiro jogo dá um frio diferente. Sempre tem a espera do torcedor, que é maior do que o que a gente faz em campo. O primeiro jogo sempre é mais difícil, na parte psicológica principalmente, do que nos outros jogos. É a espera do público, a nossa ansiedade. Se dá certo, flui normalmente. Se não, a gente começa a ter receio. Em Copa do Mundo, quem perde o primeiro jogo fica em situação de dificuldade enorme, pois são apenas três na primeira fase".

"O ambiente do grupo, é o que tenho falado. Alguns já sabiam que iam para a Copa, porque fiz questão de ir na Europa e comunicá-los presencialmente, por alguns estarem passando dificuldade, mas acredito neles. Vou até o inferno com eles, que formam esse ambiente espetacular. Ao assédio, espero que tenham o bom senso de saber que não é o momento que recebamos A, B ou C. Esse não é o momento. O momento é de trabalho. Que a gente tenha esse respeito. Aviso a todo mundo que não podemos abrir portões de todos os treinos por regras da Fifa. Não quero que depois digam que foi por causa de mim. Quando pudermos, vamos abrir para algumas pessoas. Somos obrigados a não abrir, muitas vezes, e queremos que as pessoas entendam esses detalhes. Não vamos proibir muita coisa, mas organizar o melhor possível."

Jogadores e redes sociais
"Vamos dar aos jogadores liberdade para que eles se manifestem através das redes sociais, mas desde que não interfira no nosso trabalho, que não crie conflito entre nosso grupo. Eles sabem disso. Vamos ter conversas nesse sentido para mostrar a eles, mas não vamos proibir. Vamos dar orientação".

Ausências de atletas do Atlético de Madrid, líder do espanhol e finalista da Liga dos Campeões
"Como eu disse, tenho 23 convocados. Os que não foram, não foram por alguma razão. Trabalhamos com esse grupo".


FONTE: Redação iBahia
(esportes@portalibahia.com.br)

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