A pouco mais de 48 horas para o início de Brasil x Paraguai, pelas
quartas de final da Copa América, autoridades chilenas inauguraram em
cerimônia o estádio Ester Roa Rebolledo, o mais problemático para a
organização do torneio, em Concepción, segunda cidade mais habitada do
Chile, atrás apenas da capital Santiago. A presença da presidenta da
república Michelle Bachelet movimentou a cidade. Dentro do estádio, que
tem capacidade para 30 mil pessoas, ela recebeu aplausos, flores e
carinhos. Do lado de fora, muitos protestos de professores, estudantes,
pescadores e barricadas de pneus queimados.
Os brasileiros viveram intensamente, nos últimos anos, atrasos em obras por conta da Copa do Mundo, mas nada se compara ao palco do próximo jogo da Seleção. A reforma teve início no fim de 2012 e arrastou-se por mais de dois anos com diversos percalços: greves, falta de recursos, sem falar no contexto de total crise política que levou Bachelet a pedir a renúncia de todo seu ministério há pouco mais de um mês.
A seleção brasileira só desembarca em Concepción à noite, e deverá encontrar um cenário mais calmo. Durante todo o dia, a cidade foi alvo de protestos, principalmente de pescadores, que reclamavam de aspectos da lei direcionada à pesca, e de mais de uma centena de professores, que dividiram-se em frente a vários acessos do estádio que receberá o jogo no sábado. Eles estão em greve há três semanas por melhores condições de trabalho.
– Em março a Conmebol esteve aqui e disse: "Cancelamos Concepción". E eu respondi: "De maneira alguma" – discursou a presidenta, para delírio dos locais que a cercavam.
– Todo mundo vestiu a camisa, trabalhou unido e agora temos a maravilhosa oportunidade de ter um estádio como esse. Agradeço a todos que molharam a camisa, não jogando, mas trabalhando. No sábado, Brasil e Paraguai estarão aqui, as pessoas vão gozar do futebol e muitas outras estarão felizes em frente à televisão – afirmou.
Bachelet aproveitou-se do evento para anunciar a construção de um teatro na região, ampliação do aeroporto, medidas para a saúde pública... Mas não falou em momento algum do discurso sobre o protesto dos professores, que, com silêncio, podia ser escutado de dentro do campo.
Ela também ressaltou a hospitalidade chilena aos estrangeiros na Copa América.
"Sofremos como sempre, mas dessa vez ganhamos"
A euforia pela classificação chilena à semifinal da Copa América chegou ao governo, evidentemente. No fim do discurso, Michelle Bachelet comemorou a vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai e declarou apoio à seleção antes da partida da próxima segunda-feira contra o vencedor do duelo entre Peru e Bolívia, que se enfrentam ainda nesta quinta.
– Preciso ressaltar como estamos felizes pela vitória de ontem. Foram 16 anos sem chegar a uma semifinal. Ontem, jogamos como nunca, sofremos como sempre, mas dessa vez ganhamos. Foi um encontro muito duro, e graças a um gol de Mauricio Isla, ganhamos um jogo que merecíamos ganhar. Estaremos apoiando a todos os rapazes na segunda-feira. A eles, mando um carinho enorme.
Os brasileiros viveram intensamente, nos últimos anos, atrasos em obras por conta da Copa do Mundo, mas nada se compara ao palco do próximo jogo da Seleção. A reforma teve início no fim de 2012 e arrastou-se por mais de dois anos com diversos percalços: greves, falta de recursos, sem falar no contexto de total crise política que levou Bachelet a pedir a renúncia de todo seu ministério há pouco mais de um mês.
A seleção brasileira só desembarca em Concepción à noite, e deverá encontrar um cenário mais calmo. Durante todo o dia, a cidade foi alvo de protestos, principalmente de pescadores, que reclamavam de aspectos da lei direcionada à pesca, e de mais de uma centena de professores, que dividiram-se em frente a vários acessos do estádio que receberá o jogo no sábado. Eles estão em greve há três semanas por melhores condições de trabalho.
"Sem festa não há Copa América", picharam protestantes em proteção que circunda o estádio (Foto: Alexandre Lozetti)
A
hostilidade ficou só do lado de fora. As forças especiais do país
contiveram os manifestantes e não houve registros de violência.
Bachelet, o prefeito de Concepción, Alvaro Ortiz, e alguns ministros
foram recebidos com aplausos entusiasmados de aliados políticos e
operários da obra.– Em março a Conmebol esteve aqui e disse: "Cancelamos Concepción". E eu respondi: "De maneira alguma" – discursou a presidenta, para delírio dos locais que a cercavam.
– Todo mundo vestiu a camisa, trabalhou unido e agora temos a maravilhosa oportunidade de ter um estádio como esse. Agradeço a todos que molharam a camisa, não jogando, mas trabalhando. No sábado, Brasil e Paraguai estarão aqui, as pessoas vão gozar do futebol e muitas outras estarão felizes em frente à televisão – afirmou.
Professores, em greve há 3 semanas, protestam em frente ao estádio (Foto: Alexandre Lozetti)
Ortiz,
prefeito do município da região de Bio Bio, discursou antes de
Bachelet. Relatou a insistente busca por recursos com a presidenta,
ministros e prefeitos de outros municípios da região, e transformou a
modernização numa epopeia e disse que sua inauguração é a prova de que
"na vida só não há jeito para a morte". Ele presenteou a presidenta com
um quadro da vista aérea do estádio. Ela também ganhou flores e placas
dos operários.Bachelet aproveitou-se do evento para anunciar a construção de um teatro na região, ampliação do aeroporto, medidas para a saúde pública... Mas não falou em momento algum do discurso sobre o protesto dos professores, que, com silêncio, podia ser escutado de dentro do campo.
Ela também ressaltou a hospitalidade chilena aos estrangeiros na Copa América.
Veículo das forças especiais chilenas protege rua que dá acesso ao estádio (Foto: Alexandre Lozetti)
–
Hoje, o futebol tem nossa atenção, o país todo está orgulhoso. Agora é
esperar o apito inicial e que a bola role. Estou vendo tantos jogos de
futebol que estou aprendendo a linguagem – brincou a política em meio a
sorrisos e aplausos."Sofremos como sempre, mas dessa vez ganhamos"
A euforia pela classificação chilena à semifinal da Copa América chegou ao governo, evidentemente. No fim do discurso, Michelle Bachelet comemorou a vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai e declarou apoio à seleção antes da partida da próxima segunda-feira contra o vencedor do duelo entre Peru e Bolívia, que se enfrentam ainda nesta quinta.
– Preciso ressaltar como estamos felizes pela vitória de ontem. Foram 16 anos sem chegar a uma semifinal. Ontem, jogamos como nunca, sofremos como sempre, mas dessa vez ganhamos. Foi um encontro muito duro, e graças a um gol de Mauricio Isla, ganhamos um jogo que merecíamos ganhar. Estaremos apoiando a todos os rapazes na segunda-feira. A eles, mando um carinho enorme.
Com capacidade para 30 mil pessoas, estádio receberá Brasil x Paraguai no próximo sábado (Foto: Alexandre Lozetti)
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