Marco Aurélio defende proibição de doação de empresas a partidos
Carlos Humberto/13.02.2014/STF
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio,
afirmou, nesta quarta-feira (2), que nada impede que as novas regras de
financiamento de campanha sejam aplicadas às eleições de outubro, caso a
lei atual seja considerada inconstitucional.
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou a favor da proibição de doações de empresas a candidatos e partidos políticos para financiamento de campanha eleitoral. Mas, o julgamento não acabou.
O ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo para analisar melhor o tema e, por isso, o resultado não pôde ser proclamado.
No entanto, se o entendimento da maioria prevalecer, as leis que
permitem doação de pessoas físicas e de empresas a candidatos serão
consideradas inconstitucionais.
Nesse cenário, Marco Aurélio afirma que as eleições deste ano devem ser
afetadas. Segundo o ministro, se uma lei é inconstitucional, ela deve
ser imediatamente desconsiderada.
— O Supremo, ao prolatar um acórdão e concluir pela
inconstitucionalidade de uma lei, ele torna prevalecente um documento
que já está em vigor há muitos anos, que é a Constituição Federal. Por
isso, não se observa, quanto ao acórdão, o princípio da anterioridade.
Mas, com a palavra, sempre a ilustrada maioria.
Seis dos 11 ministros que compõem o Supremo entendem que o
financiamento privado desequilibra o processo eleitoral. O ministro
Marco Aurélio, que integra o plenário da Corte, votou pela proibição de
doação de empresas, mas a favor do financiamento de campanha realizada
por pessoas físicas.
Segundo ele, mesmo sem uma decisão definitiva do STF, as empresas já podem ficar alertas.
— De qualquer forma há uma sinalização às empresas: elas não precisam ceder à pressão dos candidatos.
No Congresso
Além da ação apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que
está sendo julgada no STF, parlamentares no Congresso se mobilizam para
aprovar uma lei que impeça as empresas de participarem do processo
eleitoral.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) acompanhou, do plenário, o
julgamento no Supremo. Ele defende que além da proibição de
financiamento privado, as campanhas eleitorais também sejam limitadas
por um teto de gastos.
Fontana apresentou um projeto de lei propondo limite de gastos para as
campanhas de presidente da República, governador, senador e deputados
federal, estadual e distrital, nas eleições de 2014.
— O projeto prevê os tetos e as punições para quem descumprir esses
tetos. Define, para cada Estado, de acordo com o número de eleitores,
para cada nível de eleição, quanto cada candidato pode gastar.
O texto está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, aguardando designação de relator.
Na CCJ do Senado, os parlamentares aprovaram projeto que proíbe doações de empresas a candidatos e partidos políticos. Se não houver recurso, a proposta segue para votação na Câmara.
FONTE: r7.com
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