AGORA É GUERRA – Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves (Reuters/EFE//Estadão Conteúdo)
Revelações feitas por ex-diretor da Petrobras atingem PT e PSB - uma oportunidade para Aécio crescer. A 27 dias das eleições, cenário pode mudar
Há menos de um mês atrás, a dúvida que acompanhava a corrida presidencial era se Dilma Rousseff venceria no primeiro turno ou se ela enfrentaria o tucano Aécio Neves (PSDB) na segunda etapa das eleições. Mas o acidente que matou Eduardo Campos alterou a disputa e, em poucos dias, Marina Silva (PSB) passou a ser a candidata com melhor percentual nas pesquisas de intenção de voto no segundo turno – que se tornou inevitável. O mais recente episódio que pode chacoalhar o cenário eleitoral envolveu o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e suas delações. Conforme revelou VEJA nesta semana, ele citou os políticos beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal em depoimento à Polícia Federal. A investigação sobre o escândalo da Petrobras pode alterar o panorama justamente quando a campanha entrava no momento de consolidação dos votos.
Evidentemente, os políticos citados nominalmente por Costa como beneficiários do esquema devem ser os mais afetados: isso inclui o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que disputa o governo do Rio Grande do Norte. Mas a crise se coloca, sobretudo, no caminho da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Paulo Roberto Costa foi nomeado para o cargo na Petrobras por Lula, em 2004, e ficou no cargo até 2012 – já no governo atual, portanto. Além disso, o tesoureiro do PT, João Vaccari, é citado pelo ex-diretor como uma das pessoas que captaram dinheiro no esquema. Praticamente todos os citados no escândalo são aliados da presidente.
Como Paulo Roberto Costa também mencionou o nome de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência morto em 13 de agosto, entre os envolvidos no esquema, a campanha de Marina Silva pode ser afetada. No mínimo, a candidata do PSB deve ficar impossibilitada de explorar o caso eleitoralmente. Ao candidato do PSDB Aécio Neves, o episódio se desenha como uma oportunidade – talvez a última – de reagir nas pesquisas de intenção de voto. É nisso que os tucanos apostam agora.
FONTE: Blog Crato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário