A foto acima, que fala por si mesma, foi o flagrante de algumas horas de agonia da mãe, e do filho, em Yibin, na China.
O menino, de 12 anos, passou horas no parapeito de seu prédio, ameaçando pular, com medo do castigo por não ter feito o dever de casa. Para o alívio de todos o garoto acabou convencido a voltar ao apartamento.
Os tempos atuais não mais comportam o castigo familiar como forma de educar e preparar para a vida que, como dizem os nordestinos, é como rapadura: é doce, mas não é mole.
Crianças não nascem com manual de instruções e nem com bulas (talvez daqui a pouco tempo nasçam com um smartphone na mão). Eu procurei educar as minhas três filhas com rédeas curtas, na base do ensinamento do Che, que ensinou que "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”: dê a seus filhos, sempre, apenas a terça parte do que as suas condições oferecem, pois isso os ajudará a dar o devido valor às coisas.
Não sei se a educação atual está preparando os jovens para enfrentarem os desafios de um mundo cada vez mais competitivo. A lenidade sem freios pode fazer com que eles entendam que o céu é o limite de uma forma pejorativa, e poupar a criança das ventanias pode prejudicar-lhe a sustentação que o adulto precisará nas procelas.
Eu fui educado num tempo em que quando a professora entrava na sala todos se levantavam e se ela mandasse baixar a cabeça e não conversar enquanto ela estivesse fora da sala, assim ficávamos até ela voltar. Se alguém traquinasse, o cinturão - que no meu caso era um galho seco de tamarindo – esperava em casa.
Mas os tempos são outros…
Nas reminiscências eventuais daqueles tempos, dos quais eu morro de saudade, eu escrevi “Sobreviventes”.
FONTE: Blog do Parsifal 5.4.
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