As manifestações nacionais programadas para o próximo domingo (15) são esperadas como sendo as maiores desde o “Levante de Junho”, ocorrido em 2013.
Todavia, os movimentos que tocaram aquele levante declaram que não participarão dos protestos por discordarem da palavra de ordem deles, que é a saída da presidente Dilma, através de um impeachment e, além do extremo, um golpe militar.
O Portal IG procurou as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do Movimento Passe Livre, que acendeu o estopim do “Levante de Junho”, e até alguns líderes da tática Black bloc. Todos foram unânimes em demonstrar insatisfações com o governo, mas designaram as manifestações de domingo próximo como “golpistas”.
O movimento Território Livre (TL), que se juntou ao “Levante de Junho” e promoveu densos atos públicos contra a Copa do Mundo, em 2014, também já declarou ser contra o governo, mas que não participará dos protestos de domingo por divergir da opinião de seus organizadores.
O antagonismo tomou conta da neurologia nacional e se transformou em troça para uns, que designam o dia 15 como o “Dia Nacional dos Coxinhas" e em ódio para outros, o que é uma adversidade perigosa, podendo descambar para a violência.
Obviamente não é sensato, a priori, analisar o movimento de domingo próximo como desqualificado porque organizado por “coxinhas”. Eu já escrevi aqui que toda manifestação que organiza e reúne um número considerável de cidadãos, independentemente da classe social e da designação pejorativa, é legítima, pois ali está uma parcela da população que vota, contribui para a formação do PIB nacional e deve ser ouvida e cheirada.
Inobstante, devemos prezar pela democracia e pelos princípios basilares da República, incrustados em cláusulas pétreas na Carta. A parcela extrema que se intromete nos anseios legítimos da população para pregar ditaduras, atenta contra o Estado de Direito e afronta a República, cometendo o crime de lesa pátria: deste joio podre não precisamos.
Fonte: Parsifal
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