segunda-feira, 2 de março de 2015

BRASIL: Dois executivos presos da Camargo Corrêa fazem delação premiada


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A tática de manter encarcerados os empresários indiciados na Lava Jato mais uma vez surtiu o efeito desejado: dois dos três executivos da Camargo Corrêa fecharam, na sexta-feira (27), acordo de delação premiada.
Como os recursos interpostos para obterem liberdade já se esgotaram e os ditos cujos continuam cumprindo a pena antecipada, o presidente da empreiteira, Dalton Avancini e o vice-presidente Eduardo Leite desistiram de ficar calados.
Com os dois novos acordos, a Lava Jato já coleciona 15 delatores: o maior número de alcaguetes já estocados em uma investigação judicial e um precedente singular na fissura da garantia dos direitos individuais, através de pressão psicológica do Estado policial.
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Se pega a moda - e os aplausos do contribuinte são de ruidosa aprovação - não será mais necessária inteligência investigativa: basta prender e esperar a confissão, nem que precise pagar por ela, como se fez com o doleiro Youssef.
Mas os dois empresários da Camargo Corrêa não serão pagos pelo serviço. Consta que, além de serem soltos logo, terão diminuição da pena a ser aplicada ao final. Se assim foi feito é porque a sentença condenatória já está pronta. O processo vem depois. 
 
Em assim agindo, grosso modo e data vênia, a Justiça procede igual como se faz a maioria dos processos de licitação no Brasil: primeiro se escolhe o vencedor e depois se cumpre o rito da lei referente.
O terceiro executivo preso da Camargo Corrêa, João Auler, presidente do conselho de administração, o cargo mais alto na empreiteira, teve o seu pedido de acordo de delação negado e permanecerá no cárcere até convencer os procuradores que vai, mesmo, contar tudo o que sabe.
Na verdade, os procuradores e o juiz Moro, segundo especulações do meio, gostando do papel que ora exercem, querem arrancar da Camargo Corrêa algo que extrapola as traquinagens na Petrobras: os escaninhos secretos de Belo Monte.
Aí a vaca tosse, a cobra fuma e o rabo torce a porca.
Abaixo, um infográfico da Folha de S. Paulo com o atual quadro da Camargo Corrêa: 
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