No penúltimo debate do 2.º turno da eleição presidencial, promovido neste domingo, 19, pela TV Record, os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tentaram ser mais propositivos e evitaram os ataques pessoais que marcaram o confronto anterior da dupla, na semana passada.
Mais uma vez, porém, o tema corrupção, principalmente as denúncias envolvendo a Petrobras, dominou boa parte do evento. Coube a Aécio, no fim do primeiro bloco, provocar Dilma a respeito do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimento na Justiça Federal, como elo do partido com o esquema na petrolífera.
O tucano perguntou mais de uma vez se Dilma confiava no tesoureiro petista. Também citou o fato de Costa na delação premiada ter dito que repassou R$ 1 milhão para a campanha ao Senado da ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em 2010.
Dilma reagiu repetindo a tática de acusar gestões tucanas de não investigar denúncias de corrupção. Entre outros casos, voltou a citar suspeitas de pagamento de propina para a implantação do sistema de vigilância no espaço aéreo da Amazônia durante o governo Fernando Henrique Cardoso e o cartel dos trens em São Paulo.
A petista também lembrou que Costa disse na delação que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE) - que morreu no início do ano -, recebeu R$ 10 milhões em propina para esvaziar a CPI da Petrobrás no Senado, em 2009.
Desconforto
No terceiro debate da segunda etapa da campanha pelo Palácio do Planalto era nítido o desconforto com o nível de agressividade registrado no encontro anterior.
No evento promovido pelo SBT, UOL e Jovem Pan, na quinta-feira passada, dia 16, Aécio e Dilma estabeleceram uma discussão intensa, que envolveu familiares - os irmãos dos presidenciáveis Andréa Neves e Igor Rousseff foram citados - e temas pessoais em clima de forte tensão.
Ontem os candidatos chegaram à sede da emissora, na região oeste da capital paulista, prometendo um debate propositivo - o que de fato ocorreu.
A plateia, entretanto, formada por assessores dos dois candidatos, ignorou em alguns momentos a proibição de se manifestar. Após as considerações finais de Dilma, houve vaias e aplausos. Quando Aécio concluiu seu discurso de encerramento, a claque do tucano o aplaudiu de forma ruidosa, a ponto de abafar o áudio dos apresentadores do evento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Pedro Venceslau, Ricardo Galhardo, Isadora Peron, Carla Araújo e Elizabeth Lopes - São Paulo
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