A Justiça paraense leva a júri popular desde segunda-feira
(22), em Belém, os dois homens acusados de participação no assassinato
de Raimundo Messias Oliveira, advogado da cooperativa de garimpeiros da
Mineração Ouro Roxo, morto em Itaituba, no sudoeste do Pará, em setembro
de 2003.
O advogado Raimundo Messias Oliveira foi assassinado em 27 de setembro
de 2003 e teve o corpo encontrado só quase dois meses depois, em 15 de
novembro, em um poço desativado localizado dentro de um posto de
combustíveis de propriedade do comerciante Albenor Moura de Sousa. O
autônomo Luiz Miguel Rodrigues Lobo também sentará no banco dos réus.
Segundo inquérito policial, a vítima mantinha disputa com empresários
locais pela cooperativa.
O assassinato teria sido motivado por uma
dívida de mais de R$ 1 milhão que o acusado Albenor Moura cobrava da
Cooperativa de Mineração Garimpo Roxo, onde a vítima prestava serviços
como advogado.
A sessão, presidida pela juíza Ângela Alves Tuma, foi aberta às 9h30 e
terá na acusação o promotor José Rui Barbosa e na defesa os advogados
Eduardo Imbiriba, Cláudio Daledone e Caio Fortes de Matheus. Os
advogados Carlos Figueiredo e Márcio Gomes de Sousa, filho da vítima,
atuarão na assistência da promotoria.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado do Pará
(TJPA), durante a realização do primeiro júri, em Itaituba, a imprensa
local flagrou um dos advogados entrando no mesmo banheiro que um dos
jurados, por isso, o júri foi suspenso por quebra de incomunicabilidade.
A promotoria solicitou o desaforamento do caso, que foi encaminhado
para a comarca mais próxima, no município de Santarém. A acusação da
comarca, por sua vez, pediu o desaforamento para Belém, onde foi
realizado um novo júri, no qual a defesa pediu o adiamento devido à
falta de uma testemunha importante e alegando o cerceamento da defesa.
Já em um novo júri, o promotor solicitou o adiamento e teve o pedido
indeferido, abandonando o julgamento.
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