A oposição
venezuelana vai reforçar sua estratégia nesta terça-feira ante a
decisão do presidente Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia
Constituinte para mudar a Carta Magna, o que enfraquece seu objetivo de
eleições gerais e aprofunda ainda mais o conflito político no país.
Nas primeiras horas do dia, os opositores pretendem bloquear
importantes vias do país. Um grande protesto está planejado para
quarta-feira contra o que chamam de "golpe de Estado" e "fraude
constitucional".
O Parlamento, único poder controlado pela oposição, discutirá durante a
tarde os alcances da decisão de Maduro e anunciará ações para tentar
aumentar a pressão internacional contra o governo.
"Temos que seguir adiante. Este povo não se rende, nem vai se render", afirmou o presidente do Parlamento, Julio Borges.
Muito pressionado após um mês de protestos da oposição que exigiam sua
saída do poder com eleições gerais, Maduro deu uma guinada na crise na
segunda-feira ao convocar uma Constituinte "popular": os 500 integrantes
da assembleia, no entanto, não serão eleitos pelo voto universal, e sim
por setores sociais e por comunidades.
Maduro citou um evento "histórico para aprofundar a revolução" e deter a
"arremetida golpista" da oposição, ao assinar o decreto que ativa o
processo na segunda-feira à noite ao lado dos ministros e da cúpula
militar
al de justiça do país assumiu temporariamente as funções do Parlamento.
Desde então, 28 pessoas morreram em incidentes violentos. Governo e
oposição trocam acusações sobre a responsabilidade pela escalada da
crise.
Maduro, cujo mandato vai até 2019, justificou a decisão com a alegação
de que a oposição rejeitou o diálogo e as eleições de governadores por
buscar em 2016 um referendo revogatório de seu mandato, que resultou em
fracasso.
Mas as manifestações acontecem em meio a uma profunda crise econômica,
com uma severa escassez de alimentos e remédios e uma das maiores
inflações do mundo, além de elevados níveis de criminalidade.
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