Por motivos históricos, religiosos,
políticos e materiais, israelenses e palestinos disputam continuamente
pela soberania da Palestina, região do Oriente Médio. O conflito, que se
insere no contexto maior das disputas entre árabes e israelenses,
remonta ao século 19, quando o movimento sionista e o nacionalismo árabe
começaram a ganhar forma. Reivindicada por ambos os grupos, a Palestina
é o cenário de muitas narrativas bíblicas, sendo apontada como o local
onde teria florescido a antiga monarquia hebraica, posteriormente
desmembrada nos reinos de Israel e Judá. É também o berço de muitas
outras civilizações semíticas, muitas das quais coexistiram com os
povoados hebreus ou os que precederam.
Em 1897, em grande parte devido à intensificação do antissemitismo
europeu, foi fundado o movimento sionista. Esse movimento pregava um
retorno dos judeus à Palestina, além do estabelecimento de um estado
nacional judeu na região. Organizações sionistas internacionais logo
começaram a patrocinar a migração de judeus para a Palestina. A
aquisição de terras por parte de imigrantes judeus foi vista com
hostilidade por líderes árabes da região, que também passaram a lutar
pela criação de um estado árabe. Entre 1920 e 1948, após a derrota do
Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, o território da
Palestina esteve sob controle do Reino Unido, que já havia declarado sua
intenção de favorecer a criação de um estado judaico na região por meio
da “Declaração de Balfour” de 1917.
Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou um plano de
partilha da Palestina, criando um estado judeu e um estado palestino. O
acordo não foi aceito por palestinos e lideranças árabes, que iniciaram
uma campanha militar contra o recém-fundado estado de Israel. A guerra
árabe-israelense de 1948 culminou com a derrota dos exércitos da Síria,
do Jordão, do Iraque e do Egito e com a expansão das fronteiras
israelenses para além do que fora estipulado pela ONU. Em 1967, na
Guerra dos seis dias, judeus e árabes entraram novamente em confronto,
tendo Israel conquistado o território do deserto do Sinai, a faixa de
Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as colinas de Golã. Quase todo
o território palestino passou para as mãos de israelenses. Em 1982, os
israelenses se retiraram da faixa de Gaza após assinar um acordo com o
governo egípcio.
Entre 1987 e 1993, palestinos se sublevaram contra o estado de Israel
em uma série de protestos violentos caracterizados pelo uso de armas
simples, como pedras e paus, episódio que ficou conhecido como Intifada.
Em 1993, em Oslo, Israel se comprometeu a devolver os territórios
ocupados durante a guerra dos seis dias em troca de acordos de paz
definitivos com as lideranças árabes, representadas pela Organização
para Libertação da Palestina (OLP). Em 1998, foi assinado o acordo de
Wye Plantation, por meio do qual os israelense entregaram aos palestinos
várias áreas ocupadas.
Em julho de 2000, em Camp David (EUA), o líder palestino Yasser
Arafat e o premiê israelense Ehud Bara se reuniram para fazer um acordo
visando resolver questões mais delicadas, mas não obtiveram sucesso. No
mesmo ano, teve início uma nova rebelião popular palestina contra
Israel, a chamada “segunda intifada”. A partir de 2002,
intensificaram-se os atentados terroristas e ataques suicidas
organizados por grupos extremistas contra Israel. Como consequência, os
israelenses invadiram áreas palestinas autônomas e cercaram a sede de
Arafat em Muqata, onde o líder palestino permaneceu até sua morte, em
2004. Em 2005, Israel, por iniciativa do premiê Ariel Sharon, coordenou
um amplo plano de retirada de assentamentos judaicos da região de Gaza.
Recentemente, a região assistiu a uma leva de atentados terroristas
promovidos pela organização extremista palestina Hamas e à escalada da
violência por parte das autoridades israelenses. O premiê Benjamin
Netanyahu e o líder palestino Mahmoud Abas, ligado à Fatah, organização
palestina moderada, continuam dialogando pela resolução de questões
polêmicas.
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