Indígenas do etnia Munduruku iniciam nesta quarta-feira (15) uma série
de atividades pela defesa do território e pela proteção do rio Tapajós,
que tem projetos para construção de hidrelétricas.
Na primeira ação, os Munduruku irão instalar cerca
de 50 placas nos limites da Terra Indígena Sawré Muybu, localizada em
Itaituba, no sudoeste do Pará. “Além de garantir a manutenção do modo de
vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu garante a
conservação de 178 mil hectares de floresta amazônica que hoje estão
ameaçados pelos planos de construção da hidrelétrica de São Luiz do
Tapajós”, afirma Danicley de Aguiar, ativista do Greenpeace.
Ao longo das próximas duas semanas os indígenas irão percorrer a área
para instalar as placas, semelhantes às usadas pelo Governo Federal, nos
limites de seu território, que teve os estudos de identificação
reconhecidos pela Funai em publicação do Diário Oficial no dia 19 de
abril de 2016.
O objetivo é chamar a atenção da opinião pública para os impactos
inerentes ao processo de construção de grandes hidrelétricas na
Amazônia. “Essa é uma luta importante não só para o nosso povo, mas para
todas as pessoas do mundo. A construção de hidrelétricas no rio Tapajós
pode destruir nosso modo de vida e a Amazônia”, diz o Cacique Juarez
Saw Munduruku.
Hidrelétricas O rio Tapajós é alvo de planos para construir pelo menos
cinco grandes hidrelétricas no seu curso e no de seu principal afluente,
o rio Jamanxim. Entre as usinas planejadas está a de São Luiz do
Tapajós, cujo reservatório terá 729 km². Se construído, ele deverá
inundar perto de 400 km² de floresta, incluindo parte da Terra Indígena
Sawré Muybu. A obra poderá induzir o desmatamento indireto de mais 2.200
km² de floresta em áreas protegidas da região.
Fonte: G1-PA
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