quinta-feira, 2 de junho de 2016

BRASIL NEWS: Pedro Corrêa detalha guerra entre FHC e Maluf em emenda da reeleição, em 1997


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O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), em delação premiada na Lava Jato, dentre outros umbráticos detalhes da República, narrou com detalhes a compra de votos no Congresso para aprovar a emenda da reeleição em 1997.
Esta parte da delação não ganhou suítes na imprensa porque atinge diretamente o príncipe dos tucanos, Fernando Henrique Cardoso, mas Corrêa, que confessa ter recebido propina desde que se elegeu a primeira vez, em 1978, afirmou na delação que o episódio “foi um dos mais espúrios dos quais participou”.
Segundo Corrêa, a contenda foi conduzida, de um lado, por FHC, então presidente da República e maior beneficiário da emenda, e de outro lado o atual deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) que, recém-saído da prefeitura de São Paulo, como candidato à presidência da República, tinha interesse na derrota da emenda da reeleição, pois isso tiraria FHC do páreo.
O episódio foi amplamente divulgado, inclusive com gravações de conversas acertando a propina, mas à época o procurador-geral da República era Geraldo Brindeiro, nomeado por FHC, que engavetava toda e qualquer denúncia em desfavor do governo, comportamento que lhe rendeu a alcunha de engavetador-geral da República. 
 
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Corrêa, que confessa ter participado do esquema pelo lado de Maluf, narra a queda de braço:
Do lado de FHC, lideravam a propinaria no Congresso o então ministro das Comunicações Sérgio Motta, o então presidente da Câmara Luis Eduardo Magalhães, o deputado Pauderney Avelino e os então governadores Amazonino Mendes (AM) e Olair Cameli (AC).
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Paulo Maluf, reconhecendo que não conseguiria arregimentar votos entre os líderes principais do Congresso, todos atrelados ao governo, apelou para o baixo clero e arregimentou os então deputados Severino Cavalcanti e Salatiel Carvalho, com trânsito no baixo clero, para comprar votos contrários à emenda da reeleição, no que não logrou êxito, pois o movimento de Maluf só encareceu os votos a ponto de, mesmo ele, não conseguir bancar o leilão.
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O jornalista Fernando Rodrigues, que publicou o esquema em 1997, revelou gravações de conversas nas quais parlamentares afirmavam que o custo de um voto havia chegado a R$ 200 mil, valor que atualizado pelo IGP-M para os dias de hoje vem a ser R$ 850 mil.
Ronivon Santiago, um dos deputados gravados, admitiu ter recebido os R$ 200 mil e afirmou que “cerca de 50 deputados foram comprados”. Na gravação Santiago cita nominalmente cerca de 10.
O caso chegou à Procuradoria-Geral da República, mas Geraldo Brindeiro o arquivou “por falta de provas”.

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