A Polícia Civil identificou os dois homens que espancaram até a morte o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, na noite de domingo, 25, na estação Pedro 2.º do metrô, na região central da capital.
Segundo
informações da Polícia Civil, a vítima vendia salgados e refrigerantes
do lado de fora da estação quando viu os dois homens agredindo uma
transexual e tentou defendê-la.
A partir daí, passou a ser alvo
de socos dos agressores, identificados como Ricardo do Nascimento
Martins, de 21 anos, e Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos.
Responsável
pelo Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), o
delegado Osvaldo Nico Gonçalves afirmou que Santos e Martins são primos e
foram identificados nas imagens de câmeras de segurança da estação
pelos próprios familiares. Um deles já tinha histórico de agressão,
segundo a polícia.
De acordo com Gonçalves, ambos moram na
Aclimação e haviam saído para beber após um deles passar por uma
“desilusão amorosa”, nas palavras do delegado.
A mulher de
Santos teria rompido o casamento, o que fez com que o agressor fosse
alvo de comentários no bairro. “Antes de sair, ele já tinha quebrado a
porta de uma vizinha”, contou o policial.
“Foi um crime
chocante. A vítima estava vendendo biscoitos para conseguir pagar o IPVA
(Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), segundo me
contou a mulher dele. Foi defender um travesti que estava sendo agredido
e acabou pagando com a própria vida”, disse Gonçalves.
O
delegado afirmou que o advogado de defesa dos agressores já entrou em
contato com a Polícia Civil e informou que ambos se apresentarão nesta
terça-feira, 27.
Até as 19 horas desta segunda, a Polícia Civil ainda não havia pedido formalmente à Justiça a prisão dos dois suspeitos.
Metrô
Questionado
sobre uma suposta omissão de seguranças e funcionários do metrô no
socorro ao ambulante, a companhia informou, por meio de nota, que, assim
que notou o ocorrido, o Centro de Controle da Segurança acionou agentes
que estavam nas estações vizinhas (Sé e Brás).
“Os seguranças
se deslocaram imediatamente para a estação Pedro 2.º, prestaram os
primeiros socorros e conduziram a vítima de agressão para o PS
Vergueiro. O Metrô colabora com a autoridade policial para o
esclarecimento do crime”, diz a nota.
A companhia não informou por que não haviam agentes de segurança na estação Pedro 2º na hora do crime.
Disse
que os agentes trabalham por meio de rondas em trens, plataformas e
acessos das estações, seguindo orientações do CCS, que monitora a rede
por meio de diversas ferramentas, entre elas mais de 3 mil câmeras de
vigilância.
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