Um erro que poderia ter custado três vidas! Isto foi o que aconteceu
na noite da sexta-feira (25), no quilômetro 16 da BR-316, em Marituba,
região metropolitana de Belém. Por conta do carro, uma família foi
confundida com bandidos que, naquele momento, estaria utilizando um
veículo similar para fugir de um assalto, e acabou na mira de vários
tiros da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Grávida de seis meses, Micheli Catarina Bezerra estava no banco do
carona, com o marido ao volante e a sogra de 60 anos atrás. Ela contou
que estavam a caminho da igreja quando, por volta das 20h45, ouviram o
barulho de sirene. 'Meu marido deu passagem, pois pensamos que seria
ambulância, mas o carro deles não passava da gente. Então, resolvemos
parar no estacionamento.
A viatura da PM (Polícia Militar) parou atrás
do nosso carro e até encostou na traseira, enquanto que o carro da PRF
emparelhou ao nosso lado. Ninguém falou nada! Quando vimos, começaram os
disparos. Nós ficamos abaixados e abraçados. Não entendemos nada! Por
um milagre não nos mataram!', frisou.
Os disparos destruíram o vidro da porta do motorista e, num momento
de intervalo, o marido de Micheli, Ricardo Bezerra, saiu do carro com as
mãos levantadas e perguntou o motivo da ação. Micheli, que é professora
da Uepa (Univeridade Estadual do Pará) também deixou o veículo.
'Na hora em que viram que éramos uma família e que eu estou grávida
logo perceberam que tinham se enganado. A viatura da PM saiu rapidamente
e não demorou para outras viaturas da PRF surgirem. Eles estavam bem
nervosos e assustados pelo erro. Alguns estavam tão preocupados que
foram recolher os projéteis das balas. Queriam tirar o nosso carro do
local, mas não deixamos', relatou Micheli.
A família não foi atingida pelas balas, mas ficou ferida por conta
dos estilhaços de vidro. Na manhã deste sábado (26), eles estiveram no
CPC (Centro de Perícias Científicas) Renato Chaves para passar por exame
de Corpo de delito e o carro foi encaminhado para perícia.
'Isso não vai ficar assim! Vamos à Corregedoria, ao Ministério
Público e a todos os órgãos possíveis para processar os responsáveis por
esse erro. Estamos vivos porque Deus nos salvou! A justiça tem que ser
feita. Vamos lutar com todas as nossas forças para isso', garantiu
Micheli.
A reportagem do ORM News entrou em contato com a
assessoria de imprensa da PRF e também com a da PM. Em nota, a PRF
garante que 'não haverá impunidade e nem injustiças!'. Leia abaixo na íntegra!
'A corregedoria da PRF já tomou conhecimento do fato e serão tomadas todas as providências necessárias para elucidar o ocorrido. A PRF não compactua com nenhum desvia de conduta. Não haverá impunidade e nem injustiças. Se houve erro ou excesso a punição devida ocorrerá e no que couber os ressarcimento pelos danos materiais e morais também, pois o estado possui responsabilidade objetiva , basta demonstrar o dano injusto cometido, mas a responsabilidade dos agentes é subjetiva e por isso é preciso demonstrar se houve dolo ou culpa na conduta deles. Nós estamos chocados pelo ocorrido e consternados pela família, pois nossa policia cidadã trabalha todos os dias para evitar que pessoas passem por situações de insegurança.'
A Polícia Militar foi mais sucinta e contou que as armas dos policiais foram encaminhadas para perícia. Veja abaixo!
'A Seccional de Marituba já tomou as providências iniciais encaminhando para perícias as armas de todos os policiais envolvidos, PRF e PM. Aguardamos o término das investigações para que sejam adotadas as medidas cabíveis.'
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