Durante o Período Colonial, a Amazônia sofreu
sucessivas ameaças de invasão do seu território pelos holandeses,
franceses e ingleses, que vinham em busca das riquezas da região. E foi,
acima de tudo, a presença desses povos estrangeiros no estuário do rio
Amazonas que apressou a colonização portuguesa naquela área.
Com a fundação da Capitania do Grão-Pará e
Maranhão, o governo português expulsou os estrangeiros. Com isso, foram
organizadas várias expedições com a finalidade de destruir os
estabelecimentos que haviam sido criados por aqueles povos, fixando-os
em território brasileiro. Entre essas expedições, a do capitão Pedro
Teixeira, em 1626, dez anos depois da fundação de Belém, é considerada
como a mais importante, pois atingiu pela primeira vez o rio Tapajós,
entrando em contato amigável com os nativos da região, em um sítio que,
hoje em dia,é tido como sendo a Baía de Alter-do-Chão.
Em 1639, Pedro Teixeira retorna ao rio Tapajós,
seguido dos missionários Jesuítas que iniciaram a catequese com os
índios Tapaiuçus na foz do Tapajós, fundando uma aldeia, chamada
Tapajós, com fins missionários no lugar. O próprio padre Antonio Vieira,
em 1659, ali esteve e em seguida enviou para lá, para continuar a
missão, o padre João Felipe Bettendorf.
O progresso da missão fez com que fosse iniciada
a construção de uma fortaleza, em uma colina próxima ao rio Tapajós, em
sua embocadura no Amazonas, iniciou-a Francisco da Mota Falcão, às suas
expensas e terminou-a em 1697 o filho, Manoel da Mota e Siqueira. Por
várias vezes se encontrou em estado de ruínas, após diversas reparações,
em 1898 mal se viam os seus alicerces. Depois, tudo desapareceu.
Os jesuítas, expandindo a catequese, instalaram
nessa região, sucessivamente, as aldeias de São José ou Matapus, em
1772, a de Santo Inácio ou Tupinambaranas, em 1737,e, em 1738, as de
Borani e Arapiuns, que se destacaram pelo desenvolvimento apresentado.
Devido à constante navegação do rio Tapajós, em
face de sua localização próxima do rio Amazonas, a região prosperou
rapidamente, sob a influência e direção dos jesuítas, sendo uma espécie
de entreposto do rio Tapajós e mesmo de grande parte do Baixo Amazonas.
As minas também atraíram vários aventureiros, entre eles, Leonardo de
Oliveira e João de Souza Azevedo.
Nos meados do século XVIII, a partir de 1754,
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, veio
governar o Estado do Grão-Pará e Maranhão. E realizou notável
administração. Com ele o Vale do Tapajós ficou todo em poder do Pará.
Em 1758, após a expulsão dos jesuítas, Mendonça
Furtado, obedecendo a política adotada pelo Marquês de Pombal, que
expulsava todos os jesuítas de Portugal e de suas colônias, e em
cumprimento a uma determinação real, deixou Belém em direção ao rio
Negro, para acertar os limites das terras dos reinos de Portugal e
Espanha. E também cumprindo outra determinação, de 6 de junho de 1755,
para que erigisse em Vila todas as povoações que julgasse merecer essa
elevação, assim deu à aldeia dos Tapajós o predicamento de Vila, com a
denominação de Santarém, instalando-a a 14 de março de 1758. Deu-lhe o
nome português de Santarém, dentro da política de substituir as
denominações indígenas por topônimos de Portugal.
Posteriormente, também ocorreram mudanças nas de
Borani e Arapiuns, em 1757, com os nomes de Alter-do-Chão e Vila Franca
e, em 1758, as de São Inácio e São José, com as denominações de Boim e
Pinhel.
Na administração de José de Nápoles Tello de
Menezes, foi criado o Lugar de Aveiro, em 1781, onde estava erigida a
freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro. Havia também, no
local, mais duas freguesias a de São João Baptista e a de São José do
Pinheiro.
Com base na documentação histórica existente,
sabe-se que, em 1812, o lugar de Itaituba já existia, pois foi
mencionado na relação de viagem de Miguel João de Castro no rio Tapajós,
um pouco acima das cachoeiras, como centro da exploração e comércio de
especiarias do Alto Tapajós.
Em 1836, conforme Ferreira Penna, Itaituba era
um aldeamento de índios da dependência da Província do Grão-Pará, para
onde fora enviado um pequeno destacamento, sob o comando português, com a
finalidade de desbravar a região. Dentre os nomes que se destacaram na
história do Município menciona-se o do tenente-coronel Joaquim Caetano
Corrêa, por ter sido um dos precursores do desbravamento da região
tapajônica, sendo considerado, inclusive, o fundador do município de
Itaituba.
Até 1853, Itaituba dependeu da freguesia de Pinhel, passando, posteriormente, para a jurisdição de Boim.
Com a Lei nº 266, de 16 de outubro de 1854, a povoação de São João Baptista recebeu a categoria de vila passando a chamar-se de Brasiléia Legal e, como não correspondeu à expectativa, a Lei nº 290, de 15 de dezembro de 1856, transferiu para Itaituba àquela categoria, somente instalado em 3 de novembro do ano seguinte.
Com a Lei nº 266, de 16 de outubro de 1854, a povoação de São João Baptista recebeu a categoria de vila passando a chamar-se de Brasiléia Legal e, como não correspondeu à expectativa, a Lei nº 290, de 15 de dezembro de 1856, transferiu para Itaituba àquela categoria, somente instalado em 3 de novembro do ano seguinte.
O predicamento de cidade foi conferido a
Itaituba em 1900, através da Lei nº 684, de 23 de março, sendo instalada
em 15 de novembro do mesmo ano.
A Lei nº 1.152, de 4 de abril de 1883, desmembra
parte do município de Itaituba, incluíndo em seu território o distrito
de Brasiléia Legal para constituir o de Aveiro, que havia sido criado
com a elevação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro à
condição de Município.
Pelo Decreto nº 6, de 4 de novembro de 1930, o
município de Itaituba foi mantido, porém, o Decreto de nº 72, de 27 de
dezembro do mesmo ano, colocou seu território sob administração direta
do Estado. Como unidade autônoma, figura na relação da Lei nº 8, de 31
de outubro de 1935.
Em 13 de dezembro de 1991 o município de
Itaituba teve seu território desmembrado para dar origem aos municípios
de Jacareacanga, Trairão e Novo Progresso, através das Leis nº 5.691,
5.695 e 5.700 respectivamente.
Atualmente, o Município está constituído apenas pelo distrito-sede: Itaituba.
A origem do nome é Tupi, significando o "lugar dos pedregulhos".
CULTURA
Como grande parte dos Municípios paraenses,
Itaituba tem, nas manifestações religiosas, sua maior forma de expressão
popular. Dentre as principais festas de caráter religioso, está a de
Nossa Senhora de Santana, padroeira da cidade, cujas comemorações são
acompanhadas de arraial, leilões, etc. Os festejos se iniciam na
primeira quinzena de julho e terminam com a procissão do Círio, no dia
26 do mesmo mês, dedicado àquela Santa.
Não se tem conhecimento de manifestação
cultural, em Itaituba. Por outro lado, o artesanato local é constituído,
basicamente, por peças de ferro e madeira. Os produtos mais comuns são
grades e entalhes, produzidos e comercializados no próprio Município.
O patrimônio histórico é representado pelo
prédio da Prefeitura Municipal e pela igreja de Nossa Senhora de
Santana, cujas construções datam da fundação da cidade.
A Biblioteca Pública Municipal, com 2.000
volumes de obras diversas, bem como o cinema, com capacidade para 300
espectadores, constituem os principais meios de conservação e divulgação
da cultura itaitubense.
ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS
LOCALIZAÇÃO
O município de Itaituba pertence à mesorregião
Sudoeste Paraense e a microrregião de Itaituba. A sede municipal, tem as
seguintes coordenadas geográficas: 04º 16' 24" S e 55º 59' 09" W Gr.
LIMITES
Ao Norte - Município de Aveiro
A Leste - Municípios de Altamira, Rurópolis Novo Progresso e Trairão
Ao Sul - Município de Jacareacanga
A Oeste - Estado do Amazonas e Município de Jacareacanga
A Leste - Municípios de Altamira, Rurópolis Novo Progresso e Trairão
Ao Sul - Município de Jacareacanga
A Oeste - Estado do Amazonas e Município de Jacareacanga
SOLOS
O Município apresenta em predominância o
Latossolo Amarelo distrófico textura argilosa e textura média. Podzólico
Vermelho Amarelo textura argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo
distrófico textura argilosa. Em menores proporções aparecem os Solos
Litólicos distróficos textura indiscriminada, areia quartzosa
distrófica, gleis Pouco Húmico e aluvial eutrófico textura
indiscriminada.
VEGETAÇÃO
A vegetação da região é bastante complexa, face à extensão da sua área territorial.
Na chapada do Cachimbo, está o complexo do Cachimbo que apresenta transição entre a Hiléia e o Cerrado.
Outras tipologias encontradas no município são o Cerrado, a Floresta Aberta Mista (cocal) e a Floresta Aberta Latifoliada (cipoal).
Outras tipologias encontradas no município são o Cerrado, a Floresta Aberta Mista (cocal) e a Floresta Aberta Latifoliada (cipoal).
Próximo às rodovias, as florestas vêm sendo
bastante atingidas pelo desmatamento, propiciando o surgimento de
Capoeiras nos locais onde os tratos cultivados foram abandonados.
PATRIMÔNIO NATURAL
A alteração da cobertura vegetal, observada em
trabalhos realizados com imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, demonstrou
um índice de 1,27%. Este baixo percentual deve ser correlacionado ao
tamanho do município, que ocupa o segundo lugar, em extensão territorial
no Estado, com 15.953.844 ha. (159.538.44 km²), diminuindo,
numericamente, a significação dos desmatamentos.
Para proteção especial, destacam-se os rios
Tapajós, Jamanxim, Teles Pires e Cururu, a ilha Grande do Cururu e as
cachoeiras Chocarão, Chamão e Sete Quedas.
Como patrimônio Natural, destaca-se o Parque
Nacional da Amazônia, com 994.000 ha, dos quais 960.690 hs (9.606,90km²)
estão no Estado do Pará localizando-se a maior parte no município de
Itaituba e, o restante, no município de Aveiro.
Ainda, o Município contém as áreas indígenas:
Sai-Cinza (1.255.52km²), Mundurucu (9.485.41km²) e Andirá-Maraú
(4.658.68 km²) distribuídas, também pelos municípios de Juruti, Aveiro e
pelo Estado do Amazonas.
TOPOGRAFIA
A altitude apresentada na sede, que é de 45
metros, não condiz com o restante da topografia do Município, por sua
estrutura geológica e seu relevo. Em alguns trechos, chega a alcançar
mais de 300 metros de altitude.
GEOLOGIA E RELEVO
O município de Itaituba apresenta grande
complexidade na sua estrutura geológica, seu território engloba uma
série de unidades geológicas com caracteres diversificados.
Abrange grande extensão de rochas cristalinas,
que constituem o Complexo Xingu (granitos, migmatitos, gnaisses, etc);
manchas circulares do Granito Parauari (granitos porfiróides,
gnaissificados) Grupo Beneficente (quartzitos, ardósias, itabiritos e
metassiltitos); supergrupo Uatumã com seus componentes: Formação Iriri
(riolitos, riodacitos, dacitos, etc) e Granito Maloquinha (granitos e
granodioritos, com tendências alasquíticas) e Formação Prosperança
(arenitos arcoseanos, siltitos, folhelhos e argilitos etc).
A Norte e Sudoeste da sede municipal,
constituindo uma larga faixa com direção geral SW-NE, estão expostas as
rochas sedimentares de idade Paleozóica, pertencentes à bacia sedimentar
do Amazonas, englobando o Grupo Urupadi, com as formações: Trombetas
(do siluriano), Maecuru (do Devoniano Inferior) e Ererê (do Devoniano
Médio); Formação Curuá (Devoniana Superior) e o Grupo Tapajós com as
formações: Monte Alegre (Carbonífero Inferior), Itaituba (Carbonífero
Médio) e Nova Olinda (Carbonífero Superior).
Encontram-se presentes, ainda, possantes diques
de diabásio do Mesozóico (juro-cretáceo), culminando a evolução da
seqüência litológica com os sedimentos cenozóicos que constituem a
Formação Barreiras, do Terciário, e os Aluviões, Recente e Subatuais do
Quaternário.
Pela vastidão do seu território e complexidade
geológica, suas formas de relevo são, também, bastante diversificadas,
destacando-se a presença de serras, áreas amorreadas, colinosas,
dissecadas e aplainadas, além dos inselbergs, que predominam na área do
cristalino, constituindo as unidades morfoestruturais Planalto Residual
do Tapajós e Depressão Periférica do Sul do Pará. A Sudoeste, destaca-se
a Chapada do Cachimbo, com uma tabularidade homogênea que se estende
por vários quilômetros, entre os Estados do Pará e Mato Grosso,
constituindo a unidade morfoestrutural Serras e Chapadas do Cachimbo. Ao
Norte é caracterizada pelas suas formas tabulares em geral aplainadas e
dissecadas, com tabuleiros elevados, que dominam as áreas do Cenozóico,
englobadas pela Unidade Planalto Rebaixado da Amazônia. (Médio
Amazonas).
HIDROGRAFIA
O principal rio é o Tapajós que percorre o
Município, em grande extensão, no sentido SW-NE, em cuja margem esquerda
se encontra a sede municipal. Um dos seus formadores, o rio Teles
Pires, é o limite natural, a Sudoeste, com o Estado do Mato Grosso. A
maioria dos seus afluentes que pertencem à margem direita são os rios:
Cururu, das Tropas, Crepurú, Jamaxim e outros e os igarapés como: Rato,
Janari, Bom Jardim, etc.
CLIMA
As características climáticas do Município não
diferem muito das de sua região. A temperatura do ar é sempre elevada,
com média anual de 25,6º C, e valores médios para as mínimas de 22,5º C.
Quanto à umidade relativa, apresenta valores acima de 80% em quase todos os meses do ano.
A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais. Entretanto, é um tanto irregular durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e, as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro.
A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais. Entretanto, é um tanto irregular durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e, as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro.
O tipo climático é o Am,da classificação de
Kooppen, que se traduz como um clima, cuja média mensal de temperatura
mínima é superior a 18º C. Tem uma estação seca de pequena duração e
amplitude térmica a 5ºC, entre as médias do mês mais quente e do mês
menos quente.
O excedente de água no solo, segundo o balanço
hídrico, corresponde aos meses de fevereiro a julho com um excedente de
mais de 750 mm, sendo março o mês de maior índice. A deficiência de água
se intensifica entre agosto e dezembro, sendo setembro o mês de maior
carência, ao se constatar em menos de 90 mm.
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