São Paulo - O PT enfrenta uma verdadeira saia justa
com os movimentos sociais na organização do ato do dia 20 de agosto, que
os petistas queriam que fosse uma resposta ao protesto agendado para o
domingo. O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, não assinou o
manifesto do ato, que, além de defender “direitos sociais, liberdade e
democracia”, ataca a política econômica do governo.
“Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!”, diz o
texto assinado por Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST),
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), União Nacional dos
Estudantes (UNE), as centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical e
outros movimentos. PT, PCdoB e PSOL participaram da preparação, mas
apenas os socialistas assinaram o documento.
'Estão dizendo que o protesto do dia 16 é “fora Dilma” e o do dia 20 é
“fica Dilma”. Não é isso. O dia 20 não é um ato chapa branca, para
defender o governo', disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do
MTST, para quem o protesto trará “dois recados”, um para o governo e
outro de “que não vamos aceitar, em nome da insatisfação com o governo
Dilma, que setores políticos pratiquem golpe”.
Foto: Rui Falcão, presidente do PT - Michel Filho
Apesar de considerar que “o fora Dilma não é a solução”, Boulos não
deixa de criticar o governo. Seu movimento é o que mais tem promovido
manifestações nos centros urbanos, sempre centradas na reivindicação por
moradia.
O PT tem tentado dialogar com os movimentos sociais como uma forma de
estancar a desaprovação da presidente Dilma, mas esbarra, sobretudo, na
política econômica do governo, condenada pelos movimentos.
'O PT sequer assinou o manifesto', disse Boulos, que completou: — O
problema do governo Dilma é que, quanto mais ele é emparedado pela
direita, mais ele pende para a direita. Parece síndrome de Estocolmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário