segunda-feira, 30 de maio de 2016

ROTA POLICIAL: Há 6 dias, radialista líder do esquema de desvios do FUNDEB permanece foragido

 
Nonato Pereira já disse que não irá se entregar à PF. Advogado dele ameaça DIÁRIO por publicar matérias sobre o esquema fraudulento, que desviou recursos 
da educação. (Foto: Reprodução)
Já se passaram 6 dias desde que, na terça-feira (24), a Polícia Federal (PF) fez a operação Lessons, onde prendeu 5 pessoas acusadas de desviar recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), mantido pelo Ministério da Educação. Durante todo esse tempo, o radialista Raimundo Nonato da Silva Pereira, conhecido como Nonato Pereira, permanece foragido e já disse que não irá se entregar tão cedo, mesmo com um mandado de prisão preventiva contra ele por participação direta no esquema, que desviou R$ 9 milhões dos cofres públicos. 
 
Nonato Pereira seria responsável por conseguir novos contratos para a BR7 editora, do empresário Alberto Pereira, proprietário da empresa. Pereira deve responder por associação criminosa e peculato (desvio de dinheiro público para proveito próprio). Somados, os crimes podem gerar 15 anos de prisão e multa. Por outro lado, seu advogado, Élson Soares, afirma que o processo contém irregularidades. Ele cita o fato de que, segundo ele, o crime de peculato só pode ser referente a servidores públicos, o que não seria o caso de Pereira.

AMEAÇAS
Na casa de Nonato Pereira, a Polícia encontrou R$ 76 mil em espécie, além de mil dólares e maconha. De acordo com o advogado, os itens em nada seriam relacionados ao caso, já que o dinheiro seria de economia própria e a maconha para uso medicinal, em decorrência de Nonato ser diabético. O advogado também ameaçou o DIÁRIO DO PARÁ, dizendo que não falaria mais com o jornal e que entraria ao vivo na rádio Mix FM, para “denunciar as calúnias do jornal”. 
O radialista possuia um programa diário e matinal na própria Mix FM, mesma emissora de Silvinho Santos - preso em 2004, acusado de extorsão, após, supostamente, chantagear um empresário do ramo da construção civil no Pará. À época, a polícia identificou o mesmo esquema da operação que Nonato agora é acusado. O delegado da Polícia Federal Jorge Eduardo informa que, após as prisões, a PF tem se focado em analisar o material apreendido para elaborar um futuro relatório de inquérito. Ele diz que é difícil ter uma previsão exata de quando essa etapa se concluirá, mas a previsão é de que o processo deve chegar ao Ministério Público Federal em 10 ou 15 dias.
(Diário do Pará)

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