quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

ITAITUBA, COMPLETARÁ 160 ANOS DE HISTÓRIAS!

    
Durante o Período Colonial, a Amazônia sofreu sucessivas ameaças de invasão do seu território pelos holandeses, franceses e ingleses, que vinham em busca das riquezas da região. E foi, acima de tudo, a presença desses povos estrangeiros no estuário do rio Amazonas que apressou a colonização portuguesa naquela área.
     Com a fundação da Capitania do Grão-Pará e Maranhão, o governo português expulsou os estrangeiros. Com isso, foram organizadas várias expedições com a finalidade de destruir os estabelecimentos que haviam sido criados por aqueles povos, fixando-os em território brasileiro. Entre essas expedições, a do capitão Pedro Teixeira, em 1626, dez anos depois da fundação de Belém, é considerada como a mais importante, pois atingiu pela primeira vez o rio Tapajós, entrando em contato amigável com os nativos da região, em um sítio que, hoje em dia,é tido como sendo a Baía de Alter-do-Chão. 
 

     Em 1639, Pedro Teixeira retorna ao rio Tapajós, seguido dos missionários Jesuítas que iniciaram a catequese com os índios Tapaiuçus na foz do Tapajós, fundando uma aldeia, chamada Tapajós, com fins missionários no lugar. O próprio padre Antonio Vieira, em 1659, ali esteve e em seguida enviou para lá, para continuar a missão, o padre João Felipe Bettendorf.
     O progresso da missão fez com que fosse iniciada a construção de uma fortaleza, em uma colina próxima ao rio Tapajós, em sua embocadura no Amazonas, iniciou-a Francisco da Mota Falcão, às suas expensas e terminou-a em 1697 o filho, Manoel da Mota e Siqueira. Por várias vezes se encontrou em estado de ruínas, após diversas reparações, em 1898 mal se viam os seus alicerces. Depois, tudo desapareceu.
     Os jesuítas, expandindo a catequese, instalaram nessa região, sucessivamente, as aldeias de São José ou Matapus, em 1772, a de Santo Inácio ou Tupinambaranas, em 1737,e, em 1738, as de Borani e Arapiuns, que se destacaram pelo desenvolvimento apresentado.
     Devido à constante navegação do rio Tapajós, em face de sua localização próxima do rio Amazonas, a região prosperou rapidamente, sob a influência e direção dos jesuítas, sendo uma espécie de entreposto do rio Tapajós e mesmo de grande parte do Baixo Amazonas. As minas também atraíram vários aventureiros, entre eles, Leonardo de Oliveira e João de Souza Azevedo. 
 
     Nos meados do século XVIII, a partir de 1754, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, veio governar o Estado do Grão-Pará e Maranhão. E realizou notável administração. Com ele o Vale do Tapajós ficou todo em poder do Pará.
     Em 1758, após a expulsão dos jesuítas, Mendonça Furtado, obedecendo a política adotada pelo Marquês de Pombal, que expulsava todos os jesuítas de Portugal e de suas colônias, e em cumprimento a uma determinação real, deixou Belém em direção ao rio Negro, para acertar os limites das terras dos reinos de Portugal e Espanha. E também cumprindo outra determinação, de 6 de junho de 1755, para que erigisse em Vila todas as povoações que julgasse merecer essa elevação, assim deu à aldeia dos Tapajós o predicamento de Vila, com a denominação de Santarém, instalando-a a 14 de março de 1758. Deu-lhe o nome português de Santarém, dentro da política de substituir as denominações indígenas por topônimos de Portugal. 
 
     Posteriormente, também ocorreram mudanças nas de Borani e Arapiuns, em 1757, com os nomes de Alter-do-Chão e Vila Franca e, em 1758, as de São Inácio e São José, com as denominações de Boim e Pinhel.
     Na administração de José de Nápoles Tello de Menezes, foi criado o Lugar de Aveiro, em 1781, onde estava erigida a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro. Havia também, no local, mais duas freguesias a de São João Baptista e a de São José do Pinheiro.
     Com base na documentação histórica existente, sabe-se que, em 1812, o lugar de Itaituba já existia, pois foi mencionado na relação de viagem de Miguel João de Castro no rio Tapajós, um pouco acima das cachoeiras, como centro da exploração e comércio de especiarias do Alto Tapajós.
     Em 1836, conforme Ferreira Penna, Itaituba era um aldeamento de índios da dependência da Província do Grão-Pará, para onde fora enviado um pequeno destacamento, sob o comando português, com a finalidade de desbravar a região. Dentre os nomes que se destacaram na história do Município menciona-se o do tenente-coronel Joaquim Caetano Corrêa, por ter sido um dos precursores do desbravamento da região tapajônica, sendo considerado, inclusive, o fundador do município de Itaituba.
     Até 1853, Itaituba dependeu da freguesia de Pinhel, passando, posteriormente, para a jurisdição de Boim.
Com a Lei nº 266, de 16 de outubro de 1854, a povoação de São João Baptista recebeu a categoria de vila passando a chamar-se de Brasiléia Legal e, como não correspondeu à expectativa, a Lei nº 290, de 15 de dezembro de 1856, transferiu para Itaituba àquela categoria, somente instalado em 3 de novembro do ano seguinte.
     O predicamento de cidade foi conferido a Itaituba em 1900, através da Lei nº 684, de 23 de março, sendo instalada em 15 de novembro do mesmo ano.
     A Lei nº 1.152, de 4 de abril de 1883, desmembra parte do município de Itaituba, incluíndo em seu território o distrito de Brasiléia Legal para constituir o de Aveiro, que havia sido criado com a elevação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro à condição de Município.
     Pelo Decreto nº 6, de 4 de novembro de 1930, o município de Itaituba foi mantido, porém, o Decreto de nº 72, de 27 de dezembro do mesmo ano, colocou seu território sob administração direta do Estado. Como unidade autônoma, figura na relação da Lei nº 8, de 31 de outubro de 1935.
     Em 13 de dezembro de 1991 o município de Itaituba teve seu território desmembrado para dar origem aos municípios de Jacareacanga, Trairão e Novo Progresso, através das Leis nº 5.691, 5.695 e 5.700 respectivamente.
     Atualmente, o Município está constituído apenas pelo distrito-sede: Itaituba.
     A origem do nome é Tupi, significando o "lugar dos pedregulhos".

CULTURA
     Como grande parte dos Municípios paraenses, Itaituba tem, nas manifestações religiosas, sua maior forma de expressão popular. Dentre as principais festas de caráter religioso, está a de Nossa Senhora de Santana, padroeira da cidade, cujas comemorações são acompanhadas de arraial, leilões, etc. Os festejos se iniciam na primeira quinzena de julho e terminam com a procissão do Círio, no dia 26 do mesmo mês, dedicado àquela Santa.
     Não se tem conhecimento de manifestação cultural, em Itaituba. Por outro lado, o artesanato local é constituído, basicamente, por peças de ferro e madeira. Os produtos mais comuns são grades e entalhes, produzidos e comercializados no próprio Município.
     O patrimônio histórico é representado pelo prédio da Prefeitura Municipal e pela igreja de Nossa Senhora de Santana, cujas construções datam da fundação da cidade.
     A Biblioteca Pública Municipal, com 2.000 volumes de obras diversas, bem como o cinema, com capacidade para 300 espectadores, constituem os principais meios de conservação e divulgação da cultura itaitubense.

ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS

LOCALIZAÇÃO
     O município de Itaituba pertence à mesorregião Sudoeste Paraense e a microrregião de Itaituba. A sede municipal, tem as seguintes coordenadas geográficas: 04º 16' 24" S e 55º 59' 09" W Gr.
LIMITES
     Ao Norte - Município de Aveiro
     A Leste - Municípios de Altamira, Rurópolis Novo Progresso e Trairão
     Ao Sul - Município de Jacareacanga
     A Oeste - Estado do Amazonas e Município de Jacareacanga
SOLOS
     O Município apresenta em predominância o Latossolo Amarelo distrófico textura argilosa e textura média. Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico textura argilosa. Em menores proporções aparecem os Solos Litólicos distróficos textura indiscriminada, areia quartzosa distrófica, gleis Pouco Húmico e aluvial eutrófico textura indiscriminada.
VEGETAÇÃO
     A vegetação da região é bastante complexa, face à extensão da sua área territorial.
     Na chapada do Cachimbo, está o complexo do Cachimbo que apresenta transição entre a Hiléia e o Cerrado.
     Outras tipologias encontradas no município são o Cerrado, a Floresta Aberta Mista (cocal) e a Floresta Aberta Latifoliada (cipoal).
     Próximo às rodovias, as florestas vêm sendo bastante atingidas pelo desmatamento, propiciando o surgimento de Capoeiras nos locais onde os tratos cultivados foram abandonados.

PATRIMÔNIO NATURAL
     A alteração da cobertura vegetal, observada em trabalhos realizados com imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, demonstrou um índice de 1,27%. Este baixo percentual deve ser correlacionado ao tamanho do município, que ocupa o segundo lugar, em extensão territorial no Estado, com 15.953.844 ha. (159.538.44 km²), diminuindo, numericamente, a significação dos desmatamentos.
     Para proteção especial, destacam-se os rios Tapajós, Jamanxim, Teles Pires e Cururu, a ilha Grande do Cururu e as cachoeiras Chocarão, Chamão e Sete Quedas.
     Como patrimônio Natural, destaca-se o Parque Nacional da Amazônia, com 994.000 ha, dos quais 960.690 hs (9.606,90km²) estão no Estado do Pará localizando-se a maior parte no município de Itaituba e, o restante, no município de Aveiro.
     Ainda, o Município contém as áreas indígenas: Sai-Cinza (1.255.52km²), Mundurucu (9.485.41km²) e Andirá-Maraú (4.658.68 km²) distribuídas, também pelos municípios de Juruti, Aveiro e pelo Estado do Amazonas.

TOPOGRAFIA
     A altitude apresentada na sede, que é de 45 metros, não condiz com o restante da topografia do Município, por sua estrutura geológica e seu relevo. Em alguns trechos, chega a alcançar mais de 300 metros de altitude.

GEOLOGIA E RELEVO
     O município de Itaituba apresenta grande complexidade na sua estrutura geológica, seu território engloba uma série de unidades geológicas com caracteres diversificados.
     Abrange grande extensão de rochas cristalinas, que constituem o Complexo Xingu (granitos, migmatitos, gnaisses, etc); manchas circulares do Granito Parauari (granitos porfiróides, gnaissificados) Grupo Beneficente (quartzitos, ardósias, itabiritos e metassiltitos); supergrupo Uatumã com seus componentes: Formação Iriri (riolitos, riodacitos, dacitos, etc) e Granito Maloquinha (granitos e granodioritos, com tendências alasquíticas) e Formação Prosperança (arenitos arcoseanos, siltitos, folhelhos e argilitos etc).
     A Norte e Sudoeste da sede municipal, constituindo uma larga faixa com direção geral SW-NE, estão expostas as rochas sedimentares de idade Paleozóica, pertencentes à bacia sedimentar do Amazonas, englobando o Grupo Urupadi, com as formações: Trombetas (do siluriano), Maecuru (do Devoniano Inferior) e Ererê (do Devoniano Médio); Formação Curuá (Devoniana Superior) e o Grupo Tapajós com as formações: Monte Alegre (Carbonífero Inferior), Itaituba (Carbonífero Médio) e Nova Olinda (Carbonífero Superior).
     Encontram-se presentes, ainda, possantes diques de diabásio do Mesozóico (juro-cretáceo), culminando a evolução da seqüência litológica com os sedimentos cenozóicos que constituem a Formação Barreiras, do Terciário, e os Aluviões, Recente e Subatuais do Quaternário.
     Pela vastidão do seu território e complexidade geológica, suas formas de relevo são, também, bastante diversificadas, destacando-se a presença de serras, áreas amorreadas, colinosas, dissecadas e aplainadas, além dos inselbergs, que predominam na área do cristalino, constituindo as unidades morfoestruturais Planalto Residual do Tapajós e Depressão Periférica do Sul do Pará. A Sudoeste, destaca-se a Chapada do Cachimbo, com uma tabularidade homogênea que se estende por vários quilômetros, entre os Estados do Pará e Mato Grosso, constituindo a unidade morfoestrutural Serras e Chapadas do Cachimbo. Ao Norte é caracterizada pelas suas formas tabulares em geral aplainadas e dissecadas, com tabuleiros elevados, que dominam as áreas do Cenozóico, englobadas pela Unidade Planalto Rebaixado da Amazônia. (Médio Amazonas).

HIDROGRAFIA
     O principal rio é o Tapajós que percorre o Município, em grande extensão, no sentido SW-NE, em cuja margem esquerda se encontra a sede municipal. Um dos seus formadores, o rio Teles Pires, é o limite natural, a Sudoeste, com o Estado do Mato Grosso. A maioria dos seus afluentes que pertencem à margem direita são os rios: Cururu, das Tropas, Crepurú, Jamaxim e outros e os igarapés como: Rato, Janari, Bom Jardim, etc.

CLIMA
     As características climáticas do Município não diferem muito das de sua região. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6º C, e valores médios para as mínimas de 22,5º C.
     Quanto à umidade relativa, apresenta valores acima de 80% em quase todos os meses do ano.
A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais. Entretanto, é um tanto irregular durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e, as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro.
     O  tipo climático é o Am,da classificação de Kooppen, que se traduz como um clima, cuja média mensal de temperatura mínima é superior a 18º C. Tem uma estação seca de pequena duração e amplitude térmica a 5ºC, entre as médias do mês mais quente e do mês menos quente.
     O excedente de água no solo, segundo o balanço hídrico, corresponde aos meses de fevereiro a julho com um excedente de mais de 750 mm, sendo março o mês de maior índice. A deficiência de água se intensifica entre agosto e dezembro, sendo setembro o mês de maior carência, ao se constatar em menos de 90 mm.

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