quinta-feira, 24 de setembro de 2015

INTERNAICIONAL: O crime da Volkswagen, presidente deixe o grupo.


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Há cerca de dois anos a International Council on Clean Transportation (ICCT), uma ONG sediada nos EUA, dedicada a incentivar meios de transporte ecologicamente corretos, em parceria com a Universidade da Virgínia Ocidental, resolveu conferir se alguns modelos movidos a diesel, da Volkswagen, estavam em conformidade com os critérios de emissão de poluentes do país.
Shot 006O primeiro veículo usado, uma BWM X5, passou nos testes, mas ao testar outros dois veículos, esses apresentaram discrepâncias, emitindo entre 15 a 35 vezes mais poluentes que o permitido.
Repetidos os testes, os valores se confirmaram e a ICCT levou o caso à Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos EUA (EPA, na sigla em inglês), que constatou o maior escândalo da área automobilística da história: a Volkswagen instalou um software em alguns dos seus modelos, que engana os medidores de conformidades das agências ambientais.
Encurralada a empresa usou a tática que o meu pai me ensinou quando eu me metia em enrascadas e tentava inventar versões para o erro: a melhor desculpa é a verdade. 


Na terça-feira (22), o presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, confessou que a empresa instalou o software “em pelo menos 11 milhões de carros com motor a diesel para distorcer os resultados dos veículos em testes de emissão de poluentes”. Após a confissão, renunciou.
Até agora apenas os EUA sabem os modelos que receberam o software fraudulento, em seu território: Jetta, Beetle, Audi A3 e Passat, fabricados entre 2009 e 2015. Outros países já começarem processos para verificar se a fraude foi perpetrada em modelos vendidos em seus territórios.
Engenheiros da Volkswagen declararam que a empresa adotou a loucura porque o atendimento tecnológico das exigências ambientais nos modelos, diminuíam-lhes o desempenho e aumentavam o consumo: uma patética constatação de que estavam todos ébrios quando decidiram manter o desempenho e o consumo, apostando em um promessa de crime perfeito.
A loucura industrial da Volkswagen terá gravíssimas: os órgãos reguladores dos países afetados imporão pesadas multas e obrigarão o recall de todos os veículos afetados para adaptação às exigências ambientais locais.
Além disso, a montadora deverá ser acionada judicialmente por órgãos de defesa dos consumidores e responderá a ações coletivas de clientes.
A Volkswagen, que viu, desde a publicação do fato, as suas ações despencarem em 38% e seu valor de mercado diminuído em € 20 bilhões (R$ 94 bilhões), já reservou € 6,5 bilhões (R$ 30,5 bilhões) para responder às multas e ações que virão. Creio, todavia, que a reserva só dará para o início da conversa.
O engodo da Volkswagen não inclui o Brasil, pois os modelos com o software fraudador são todos a diesel, não comercializados por aqui.

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