O
preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos fica 6,7 % mais caro a
partir de hoje em todo o País. O anúncio do reajuste foi feito pela
Petrobras na manhã de ontem. Segundo a Petrobras, se o repasse para o
consumidor for integral, o aumento no preço final do botijão deverá
girar em torno de 2,2% ou R$ 1,25 por botijão. Um estudo do Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará
(Dieese-PA), com base em dados da Agência Nacional do Petroléo (ANP)
mostra que em Belém, até a semana passada, o preço médio do botijão de
gás era de R$ 54,93 com os preços oscilando entre R$ 47,00 a R$ 65,00.
Oficialmente o último reajuste no preço do botijão foi autorizado pela
Petrobras no dia 21 de março deste ano em 9,80% para todo o Brasil,
entretanto uma série de outros ajustes foi feita no preço do produto no
período. Nos próximos meses, os reajustes estão previstos para o dia 5
de cada mês.
Ainda segundo o estudo do Dieese, entre os municípios
paraenses, Redenção é o vende o botijão de gás mais caro, custando em
média R$ 82,20, seguido de Parauapebas com R$ 78,67, Paragominas, com o
custo médio de R$ 77,33, e de Xinguara com R$ 74,17. Em termos de
impacto, até a semana passada quem ganhava um salário mínimo na capital e
gastava R$ 54,93 no consumo mês de um botijão, com impacto de 5,86% em
seu orçamento. Com o novo aumento do gás, este impacto por mês subirá
para mais de 6,00% do salário mínimo mensal.
EM CADEIA
De
acordo com o Dieese é possível que haja impacto também no setor de
alimentação, como em restaurantes. A tendência é de mais aumentos nestes
produtos e conseqüentemente da inflação. A nova política de preços não
se aplica ao gás de uso industrial e comercial, de acordo com a estatal.
O preço ao consumidor não necessariamente reflete o ajuste nas
refinarias. Isso depende de repasses por outros agentes da cadeia de
combustíveis, como distribuidoras e revendedores. O preço final às
distribuidoras será formado pela média mensal dos preços do butano e do
propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das
cotações de venda do dólar, mais uma margem de 5%, informou a Petrobras.
“O
cálculo do preço vai ser baseado nas cotações propano e bupano no ARA,
que é Amsterdã, Roterdã e Antuérpia, um mercado relevante, um mercado
líquido, que tem cotações líquidas para formação de preços e representa a
melhor indicação de preços no mercado internacional”, disse o diretor
da Petrobras, Jorge Celestino, durante coletiva de imprensa.
Ao
detalhar como será a composição do preço do botijão, o executivo
ressaltou que haverá um aumento na margem do preço da companhia e uma
diminuição do valor de distribuição e revenda. Até então, a Petrobras
respondia por cerca de 25% do valor final, outros 20% são tributos e o
restante do preço é composto por distribuição e revenda.
“A nossa
previsão é que ele passe a ser 26% preço Petrobras, mantendo 20% de
impostos e uma pequena queda na margem de distribuição e revenda, com um
aumento no preço do botijão de 2,2%”, disse Celestino.
O
presidente da Petrobras, Pedro Parente, negou que esta nova política de
preços foi implantada tendo em vista a possibilidade de venda de
refinarias. “O principal motivador (para a nova política) é o fato de
que (o GLP) era o único derivado que não tinha política (de reajuste de
preços). A partir do momento que você tem agora uma previsibilidade
completa de formação de preços para todos os combustíveis, sem dúvida
nenhuma contribui para uma clareza maior para os possíveis investidores e
parceiros na área de refino.
Parente destacou que a nova política
de preços do GLP não vai implicar, necessariamente, em aumento
sucessivo do valor cobrado pelo produto. Segundo o executivo, a revisão
mensal do preço pode, também, fazer com que ele caia.
“A exemplo
do que está acontecendo com a gasolina e com o diesel, nós vamos estar
seguindo rigorosamente a referência utilizada, significando dizer que
como pode subir também pode cair (o preço). E a gente fala isso com
autoridade de que nos últimos meses, desde outubro, com sete reajuste,
cinco foram de redução de preço. Percebam que isso também pode ser
vantajoso para o consumidor”, afirmou.
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