quinta-feira, 8 de junho de 2017

ECONOMIA: Gás fica 6,7% mais caro a partir desta quinta-feira

O preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos fica 6,7 % mais caro a partir de hoje em todo o País. O anúncio do reajuste foi feito pela Petrobras na manhã de ontem. Segundo a Petrobras, se o repasse para o consumidor for integral, o aumento no preço final do botijão deverá girar em torno de 2,2% ou R$ 1,25 por botijão. Um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), com base em dados da Agência Nacional do Petroléo (ANP) mostra que em Belém, até a semana passada, o preço médio do botijão de gás era de R$ 54,93 com os preços oscilando entre R$ 47,00 a R$ 65,00
 
Oficialmente o último reajuste no preço do botijão foi autorizado pela Petrobras no dia 21 de março deste ano em 9,80% para todo o Brasil, entretanto uma série de outros ajustes foi feita no preço do produto no período. Nos próximos meses, os reajustes estão previstos para o dia 5 de cada mês.
Ainda segundo o estudo do Dieese, entre os municípios paraenses, Redenção é o vende o botijão de gás mais caro, custando em média R$ 82,20, seguido de Parauapebas com R$ 78,67, Paragominas, com o custo médio de R$ 77,33, e de Xinguara com R$ 74,17. Em termos de impacto, até a semana passada quem ganhava um salário mínimo na capital e gastava  R$ 54,93 no consumo mês de um botijão, com impacto de 5,86% em seu orçamento. Com o novo aumento do gás, este impacto por mês subirá para mais de 6,00% do salário mínimo mensal.
EM CADEIA
De acordo com o Dieese é possível que haja impacto também no setor de alimentação, como em restaurantes. A tendência é de mais aumentos nestes produtos e conseqüentemente da inflação. A nova política de preços não se aplica ao gás de uso industrial e comercial, de acordo com a estatal. O preço ao consumidor não necessariamente reflete o ajuste nas refinarias. Isso depende de repasses por outros agentes da cadeia de combustíveis, como distribuidoras e revendedores. O preço final às distribuidoras será formado pela média mensal dos preços do butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações de venda do dólar, mais uma margem de 5%, informou a Petrobras.
“O cálculo do preço vai ser baseado nas cotações propano e bupano no ARA, que é Amsterdã, Roterdã e Antuérpia, um mercado relevante, um mercado líquido, que tem cotações líquidas para formação de preços e representa a melhor indicação de preços no mercado internacional”, disse o diretor da Petrobras, Jorge Celestino, durante coletiva de imprensa.
Ao detalhar como será a composição do preço do botijão, o executivo ressaltou que haverá um aumento na margem do preço da companhia e uma diminuição do valor de distribuição e revenda. Até então, a Petrobras respondia por cerca de 25% do valor final, outros 20% são tributos e o restante do preço é composto por distribuição e revenda.
“A nossa previsão é que ele passe a ser 26% preço Petrobras, mantendo 20% de impostos e uma pequena queda na margem de distribuição e revenda, com um aumento no preço do botijão de 2,2%”, disse Celestino.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, negou que esta nova política de preços foi implantada tendo em vista a possibilidade de venda de refinarias. “O principal motivador (para a nova política) é o fato de que (o GLP) era o único derivado que não tinha política (de reajuste de preços). A partir do momento que você tem agora uma previsibilidade completa de formação de preços para todos os combustíveis, sem dúvida nenhuma contribui para uma clareza maior para os possíveis investidores e parceiros na área de refino.
Parente destacou que a nova política de preços do GLP não vai implicar, necessariamente, em aumento sucessivo do valor cobrado pelo produto. Segundo o executivo, a revisão mensal do preço pode, também, fazer com que ele caia.
“A exemplo do que está acontecendo com a gasolina e com o diesel, nós vamos estar seguindo rigorosamente a referência utilizada, significando dizer que como pode subir também pode cair (o preço). E a gente fala isso com autoridade de que nos últimos meses, desde outubro, com sete reajuste, cinco foram de redução de preço. Percebam que isso também pode ser vantajoso para o consumidor”, afirmou.

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