Nove civis, incluindo quatro crianças, morreram nos bombardeios
americanos contra uma base militar do regime na Síria, anunciou a
agência oficial Sana.
"A agressão americana provocou a morte de
nove civis, incluindo quatro crianças, deixou sete feridos e provocou
danos importantes em casas das localidades de Al-Shayrat, Al-Hamrat e
Al-Manzul", próximas da base atacada, informou a agência, sem explicar
se o número inclui o balanço de seis mortos divulgado algumas horas
antes pelo exército sírio.
Os Estados Unidos dispararam dezenas de
mísseis nesta quinta-feira contra alvos na Síria, em resposta a um
ataque com armas químicas atribuído ao regime de Bashar al Assad,
provocando uma forte reação da Rússia, que qualificou a ação americana
de "agressão a um Estado soberano".
O presidente americano, Donald
Trump, justificou o ataque afirmando que "usando gás sarin, Assad tirou
a vida de homens, mulheres e crianças indefesos". "Para muitos, foi uma
morte lenta e brutal, incluindo bebês assassinados cruelmente".
"Esta
noite ordenei um bombardeio contra a base aérea da qual partiu este
ataque. Isto atende aos interesses vitais da segurança nacional dos
Estados Unidos, que devem prevenir e deter o uso de armas químicas
letais".
"Não pode haver dúvidas sobre o fato de que a Síria
utilizou armas químicas proibidas, violou seus compromissos com a
Convenção de Armas Químicas e ignorou as advertências do Conselho de
Segurança das Nações Unidas".
"Peço a todas as Nações civilizadas
que se unam a nós para buscar o fim do derramamento de sangue na Síria e
também para acabar com o terrorismo, de qualquer tipo". "Esperamos que
enquanto os Estados Unidos defenderem a justiça; a paz e a harmonia
prevaleçam no final".
O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu
qualificando o ataque de agressão a um estado soberano, que viola as
normas do direito internacional" e foi baseado em "pretextos
inventados".
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, "esta
ação de Washington causa um dano considerável nas relações
russo-americanas, que já se encontram em um estado lamentável".
Uma
oficial do Pentágono informou que 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk foram
disparados contra a base aérea de Shayrat, de onde segundo Washington
partiu o ataque químico, que deixou 86 mortos, incluindo vinte crianças.
A
base de Shayrat (Al-Chaayrate) é a segunda maior da Síria, depois de
Latakia (oeste), e abriga "aviões Soukohi-22, Soukhoi 24 e Mig-23", de
acordo com o OSDH.
Shayrat, situada cerca de 40 km a sudeste da
cidade de Homs, também é apontada como um centro de fabricação de barris
de explosivos e montagem de mísseis com substâncias químicas.
O
governador da província de Homs, Talal Barazi, destacou que "a Força
Aérea presente no aeroporto de Shayrat constitui um apoio importante às
forças armadas que enfrentam o grupo Estado Islâmico (EI) na região de
Palmira".
O comandante Jeff Davis, porta-voz do Pentágono,
informou que "as forças russas foram alertadas antes do ataque através
da linha estabelecida". "Os estrategistas militares americanos tomaram
as precauções necessárias para minimizar os riscos do pessoal russo ou
sírio estacionado na base aérea".
Os militares americanos e russos
estabeleceram uma linha de comunicação especial para trocar informações
sobre suas respectivas operações na Síria, de modo de evitar qualquer
incidente entre seus aviões.
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