sexta-feira, 7 de abril de 2017

INTERNACIONAL: Síria diz que ação dos EUA matou civis, incluindo crianças

Nove civis, incluindo quatro crianças, morreram nos bombardeios americanos contra uma base militar do regime na Síria, anunciou a agência oficial Sana.
"A agressão americana provocou a morte de nove civis, incluindo quatro crianças, deixou sete feridos e provocou danos importantes em casas das localidades de Al-Shayrat, Al-Hamrat e Al-Manzul", próximas da base atacada, informou a agência, sem explicar se o número inclui o balanço de seis mortos divulgado algumas horas antes pelo exército sírio.
 
Os Estados Unidos dispararam dezenas de mísseis nesta quinta-feira contra alvos na Síria, em resposta a um ataque com armas químicas atribuído ao regime de Bashar al Assad, provocando uma forte reação da Rússia, que qualificou a ação americana de "agressão a um Estado soberano".
O presidente americano, Donald Trump, justificou o ataque afirmando que "usando gás sarin, Assad tirou a vida de homens, mulheres e crianças indefesos". "Para muitos, foi uma morte lenta e brutal, incluindo bebês assassinados cruelmente".
"Esta noite ordenei um bombardeio contra a base aérea da qual partiu este ataque. Isto atende aos interesses vitais da segurança nacional dos Estados Unidos, que devem prevenir e deter o uso de armas químicas letais".
"Não pode haver dúvidas sobre o fato de que a Síria utilizou armas químicas proibidas, violou seus compromissos com a Convenção de Armas Químicas e ignorou as advertências do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
"Peço a todas as Nações civilizadas que se unam a nós para buscar o fim do derramamento de sangue na Síria e também para acabar com o terrorismo, de qualquer tipo". "Esperamos que enquanto os Estados Unidos defenderem a justiça; a paz e a harmonia prevaleçam no final".
O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu qualificando o ataque de agressão a um estado soberano, que viola as normas do direito internacional" e foi baseado em "pretextos inventados".
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, "esta ação de Washington causa um dano considerável nas relações russo-americanas, que já se encontram em um estado lamentável".
Uma oficial do Pentágono informou que 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk foram disparados contra a base aérea de Shayrat, de onde segundo Washington partiu o ataque químico, que deixou 86 mortos, incluindo vinte crianças.
A base de Shayrat (Al-Chaayrate) é a segunda maior da Síria, depois de Latakia (oeste), e abriga "aviões Soukohi-22, Soukhoi 24 e Mig-23", de acordo com o OSDH.
Shayrat, situada cerca de 40 km a sudeste da cidade de Homs, também é apontada como um centro de fabricação de barris de explosivos e montagem de mísseis com substâncias químicas.
O governador da província de Homs, Talal Barazi, destacou que "a Força Aérea presente no aeroporto de Shayrat constitui um apoio importante às forças armadas que enfrentam o grupo Estado Islâmico (EI) na região de Palmira".
O comandante Jeff Davis, porta-voz do Pentágono, informou que "as forças russas foram alertadas antes do ataque através da linha estabelecida". "Os estrategistas militares americanos tomaram as precauções necessárias para minimizar os riscos do pessoal russo ou sírio estacionado na base aérea".
Os militares americanos e russos estabeleceram uma linha de comunicação especial para trocar informações sobre suas respectivas operações na Síria, de modo de evitar qualquer incidente entre seus aviões.

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