O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado Wladimir
Costa (SD-PA) seja condenado pelo crime de peculato sob a acusação de
ter ficado com o dinheiro recebido como salário por pessoas de seu
gabinete que seriam “funcionários fantasmas”. Costa foi destaque no
noticiário ontem por ter tatuado o nome do presidente Michel Temer no
ombro direito.
Janot reiterou a acusação em documento
protocolado na sexta-feira (28). O processo está próximo do fim, e cabe
agora a manifestação final da defesa. O deputado disse que desafia
qualquer procurador a provar o recebimento do dinheiro. O processo tem
como base uma denúncia feita por um ex-funcionário de Wladimir, que
trabalhou como cinegrafista no programa de televisão do parlamentar e
foi registrado como seu assessor na Câmara. O Ministério Público (MPF)
afirma que o deputado e um irmão seu ficaram com o salário de 3 pessoas
que recebiam como servidores do gabinete parlamentar sem trabalhar,
entre 2003 e 2005. No depoimento inicial, o funcionário dizia que sacava
o salário e entregava o dinheiro para o irmão do parlamentar, recebendo
de volta apenas R$ 500 que era seu salário como cinegrafista.
PERÍCIA
Por meio de perícia e de quebra de sigilo
bancário, verificou-se que os funcionários sacavam os salários recebidos
da Câmara. Nas mesmas datas, há registros de depósitos em espécie
feitos na conta de Wladimir Costa no mesmo banco.
O deputado afirma que os depósitos citados
no processo não foram feitos por pessoa física, o que desmontaria a
versão de que recebeu os recursos pagos pela Câmara aos assessores. Diz
ter a consciência tranquila e afirmou que renuncia ao mandato se alguém
conseguir provar o recebimento.
”Com o devido respeito à Procuradoria-Geral
da República, eu desafio qualquer procurador a provar que houve
depósitos escusos de origem criminosa nessa conta. Não precisa me
processar, eu renuncio ao mandato se isso acontecer. Estou com minha
consciência tranquila”, disse ele ao GLOBO.
(Agência Globo)
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