sexta-feira, 21 de outubro de 2016

INTERNACIONAL NEWS: A Batalha de Mossul


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Acompanho, desde domingo (16), a Batalha de Mossul, uma ofensiva multinacional, sob o comando do general iraquiano Najim al-Jubouri, para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, das garras do EI (Estado Islâmico), que a ocupa desde 2014.
A coalizão que singra o deserto iraquiano rumo a Mossul é de envergadura capital: EUA, França, Reino Unido, Austrália, Dinamarca, Turquia, Alemanha e Itália.
E, merecendo um parágrafo separado, pela primeira, os intrépidos guerrilheiros e guerrilheiras Peshmerga, do Curdistão iraquiano, que há décadas resistem às investidas das forças oficiais iraquianas, sírias e turcas que lhes desejam subjugar no norte do Iraque, marcham à ilharga de uma coalizão, unidos sob o signo de expulsar o EI.
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Sob o comando de Omer Huseyin, os peshmerge, em curdo "aqueles que enfrentam a morte", são imprescindíveis para o sucesso da campanha, pois são forjados na poeira seca do deserto. 
 
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Mossul, hoje com 1,5 milhão de habitantes, é a antiga e bíblica Nínive, última capital do Império Assírio, citada no Antigo Testamento, mais precisamente no Livro de Jonas, como uma "cidade excessivamente grande", e desde aquela época um dos mais importantes entrepostos das rotas comerciais que cruzavam o Tigre. Nínive foi, idem, o mais importante ponto de junção geopolítica entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico.
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Hoje, proclamada pelo autodenominado Califa do EI,  Abu al-Baghdadi, como a capital do Califado Islâmico, Mossul continua com importância estratégica no coração do Oriente Médio, pois é centro nervoso de um dos maiores campos de petróleo do Iraque e, desde que a tomou, o EI é suprido, em grande parte, pelo óleo que de lá retira e comercializa no mercado negro.
Não é possível, obviamente, tomar Mossul por mar: ela está no meio do deserto. Não é possível tomar Mossul por ar: a cidade é densamente povoada e como o EI se mistura com os civis, uma campanha aérea está fora de cogitação. Portanto, para reconquistar a cidade, é preciso se valer da campanha tradicional: terra.
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E a logística para deslocar um exército de 40 mil homens pelo deserto tem contornos bíblicos, mas a coalizão precisa desse número para cercar Mossul e asfixiar os cerca de 4 a 8 mil combatentes do EI que, segundo cronistas da região, estão armados até os dentes, e entrincheirados em cada esquina da cidade.
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A pesada artilharia da coalizão, como apoio aéreo, vai varrendo as cabeças de ponte do EI destiladas pelos vales do Tigre, pois a tática de avanço terrestre é não deixar para trás nenhum foco de resistência, e isso tem sido feito, até agora, com relativa facilidade, mas a tomada de Mossul será uma campanha longa e difícil, e devido à densidade populacional da cidade, poderá deixar um rio de sangue, resultando em uma tragédia humanitária, pois o EI promete queimar tudo o que pegue fogo ao seu redor.
Segundo os estrategistas, todavia, e eu concordo com eles, não é possível ferir o EI severamente, sem lhes tomar Mossul.

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