segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

ESPORTE: Olimpíadas podem ser realizadas em mais de uma cidade


Medida aprovada pelo COI permite que modalidades sejam realizadas em mais de uma cidade ou até país

Por: O Globo
Mônaco - O Comitê Olímpico Internacional aprovou nesta segunda-feira a primeira de uma série de medidas que juntas devem representar a maior mudança do COI em décadas. A medida já aprovada diz respeito a um novo processo de candidatura olímpica para cidades-sede que promete deixar o sistema mais flexível e econômico. Serão aceitas candidaturas de mais de uma cidade ou até mais de um país. O COI ainda deve votar, até esta terça-feira, um programa olímpico mais flexível, com a possibilidade de mais esportes por edição, além da criação de um canal de televisão olímpico.
A mudança mais radical aprovada pelo COI, por unanimidade, propõe que as candidatas a sede possam apresentar um projeto que utilize instalações em mais de uma cidade ou país, tanto para as olimpíadas de verão como de inverno. A nova proposta pretende diminuir custos e evitar gastos desnecessários, reaproveitando instalações já existentes. Com o novo sistema as candidatas a sede poderão expor seus planos ao COI antes da escolha, adaptando os Jogos às suas possibilidades e a um gasto razoável. A votação acontece em um momento em que os altos custos para sediar as Olimpíadas vêm diminuindo a quantidade de candidatas a sede, para as Olimpíadas de Inverno de 2022 só Pequim e Almaty, no Cazaquistão, concorrem.
 
Alguns membros do COI se mostraram preocupados com a mudança, destacando que acabaria com a proposta de Jogos compactos e exigiria viagens e desgaste a mais para os atletas.
'Me preocupa que o caráter único dos Jogos poderia diminuir com a possibilidade de permitir a dispersão de algumas provas por vários lugares de um mesmo país, ou até um país vizinho',  destacou o delegado suíço Denis Oswald.
O vice-presidente da organização, John Coates, que liderou os debates sobre a questão das candidaturas, disse que as provas em outro país só se realizariam em "circunstâncias excepcionais" e que a proposta deverá ser apresentada na fase inicial da candidatura e aprovada pelo COI.
'O custo e o tempo que os atletas levarão para ir da vila olímpica para suas sedes sempre será relevante, mas o compacto dos jogos deve se balancear com o benefício e o custo de se poder utilizar sedes existentes ao invés de construir novas', disse Coates.
Uma das propostas em pauta nos dois dias indica que o COI deve abolir o limite de 28 esportes para os jogos de verão e passar para um sistema que permitirá incluir novas modalidades, com a possibilidade da entrada do beisebol e do softbol nos jogos de Tóquio 2020. Segundo o membro do grupo de trabalho da composição do programa olímpico, Franco Carraro, o número de modalidades por edição poderia aumentar para 29 ou 30, com uma modalidade ou prova nova convidada para participar de uma edição.
'Isso é um grande passo para a organização dos Jogos Olímpicos', comemorou o presidente do COI, Thomas Bach.
O COI também sinalizou que deve reformular a cláusula sobre discriminação de seu estatuto, para incluir a orientação sexual, depois das polêmicas dos jogos de Sochi. A nova cláusula diz que os jogos devem estar livres de discriminação "de qualquer classe, como por raça, cor, sexo, orientação sexual, idioma, religião, opinião política ou de outra classe, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outra condição". A criação de um canal de televisão olímpico também será votada, possivelmente já para 2015, com arquivos do COI e torneios de esportes olímpicos na programação.

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