O TJ (Tribunal de Justiça)
do Pará determinou que o governo Simão Jatene proceda o imediato
pagamento do piso salarial nacional aos profissionais do magistério
público da educação básica do Pará.
A decisão foi proferida ontem, 24, pelo Pleno do TJ.
O pedido foi feito pelo Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública) do Pará, através de ação de mandado de segurança que
está sob a relatoria da desembargadora Maria de Nazaré Saavedra
Guimarães.
Conforme a decisão, o piso salarial a ser pago corresponde ao
atualizado pelo Ministério da Educação para o ano de 2016, no valor de
R$ 2.135,64, devendo ainda o pagamento ser calculado, proporcionalmente,
com a jornada de trabalho exercida e os efeitos patrimoniais incidirem a
partir da impetração da ação mandamental.
O Sintepp argumentou na ação que o governador não paga o piso
profissional nacional desde janeiro deste ano, violando, assim, a Lei
Federal nº 11.738/2008, a qual instituiu o piso nacional para o
magistério.
Alegou ainda que, embora exista a obrigatoriedade de reajuste do
valor, conforme estabelece o artigo 5º da referida lei, cujo índice de
reajuste é divulgado anualmente pelo Ministério da Educação, o governo
permanece pagando o valor do piso anterior, que era de R$ 1.917,78.
O governo do Estado, contestando a ação, alegou a inexistência de
direito, ressaltando a ruptura do equilíbrio federativo, bem como a
falta de previsão orçamentária para o pagamento requerido pelos
professores.
No entanto, no entendimento da relatora, não há nenhuma ruptura do
Pacto Federativo, “pelo contrário, o texto constitucional dispôs que a
Lei federal estabeleceria o piso salarial e assim foi feito, não havendo
configuração de qualquer violação ao Princípio da Legalidade”.
Destaca ainda a relatora que, “quanto à alegação de ausência de
previsão orçamentária para fazer face ao pagamento pleiteado pelo
impetrante, observa-se que o artigo 5º da Lei nº 11.738/2008 previu que a
atualização do valor do piso ocorreria desde o mês de janeiro/2009, o
que se conclui que a Administração Pública teve tempo suficiente para
organizar-se diante desse impacto de natureza orçamentária, sendo
inaceitável que após sete anos do início do prazo para cumprimento da
referida norma, o Estado alegue a ausência de condições financeiras para
tal implemento”.
Fonte – TJ Pará
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