O PMDB vai decidir hoje (29) se rompe com o
governo da presidenta Dilma Rousseff. A decisão será tomada em reunião
do Diretório Nacional, marcada para começar às 15h, em um plenário da
Câmara. Várias negociações vêm sendo feitas entre os defensores da
permanência do partido no governo e os contrários à manutenção do apoio
da legenda.
Os sinais indicam um rompimento da legenda
que tem o vice-presidente da República, Michel Temer. Até o pedido de
demissão, ontem (28) à noite, do ministro do Turismo, Henrique Eduardo
Alves, o partido comandava sete pastas na Esplanada, além de diversos
cargos no governo federal.
A aliança do PMDB com o PT vem desde o
primeiro mandato de Dilma, quando Temer foi eleito vice-presidente. Nos
últimos meses, cresceu o número de integrantes do partido insatisfeitos
com a aliança. No último dia 12, a Convenção Nacional delegou ao
Diretório Nacional o poder de, em até 30 dias, deliberar sobre os rumos
que o PMDB deve seguir.
A decisão foi antecipada, após a nomeação,
no dia 16, do deputado Mauro Lopes (MG), secretário-geral da legenda,
para o cargo de ministro da Secretaria de Aviação Civil, contrariando
uma resolução do partido, aprovada na convenção, proibindo membros de
aceitar cargos no governo federal.
A nomeação irritou os peemedebistas, fazendo
com que Temer não comparecesse à posse de Lopes, no dia seguinte. “O
vice-presidente não vai participar da cerimônia em Brasília porque o
governo resolveu afrontar uma decisão da Convenção Nacional do PMDB,
nomeando Mauro Lopes”, disse, em nota, a assessoria de imprensa de
Temer.
Diante da ameaça de desembarque político do
principal partido da base aliada, Dilma afirmou, em declarações na
última semana, que quer “muito que o PMDB permaneça" no governo, mas que
vai respeitar a decisão.
Na última quinta-feira (24), Temer, que é
presidente nacional do PMDB, cancelou a viagem que faria a Portugal para
participar de um seminário luso-brasileiro, promovido pelo Instituto
Brasiliense de Direito (IBD) para se reunir com a cúpula partidária e
tratar do posicionamento a ser tomado pelo partido.
Ontem, Michel Temer se reuniu com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e outros senadores para
tratar da permanência no governo. É grande a possibilidade de que a ala
peemedebista que apoia o governo, inclusive ministros, não compareça à
reunião do diretório nacional. Se isso ocorrer, a decisão poderá ser
tomada por aclamação.
Caso se confirme a saída do PMDB da base
aliada, o Diretório Nacional poderá dar um tempo para que os ministros e
ocupantes de outros cargos deixem o governo.
(Agência Brasil)
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