Caminhoneiros autônomos parados nas
rodovias disseram, após a divulgação do acordo do governo e oito
entidades da categoria, que não acabarão com a greve. Durante a manhã
desta sexta-feira (25), a categoria manteve os bloqueios de rodovias de
todo o país, inclusive no Pará.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF),
caminhoneiros realizam pelo menos sete bloqueios em rodovias federais no
Pará, concentrados em diferentes pontos das BR-316, BR-101, BR-155 e
BR-230, nas proximidades dos muicípios de Paragominas, Eldorado dos
Carajás, Benevides, Marabá e Capanema. As manifestações permanecem
impedindo a passagem de veículos grandes, abrindo passagem apenas para
veículos de passeio e em situações de emergência, como ambulâncias.
"Os supostos sindicatos
que estão negociando não representam os caminhoneiros que estão na rua",
disse o motorista Aguinaldo José de Oliveira, 40, que trabalha com
transportes há 22 anos e para quem o movimento não tem um líder.
"São uns aproveitadores
que não falaram com a gente antes da greve e chegaram agora, quando já
estava tudo parado", afirma o caminhoneiro que está parado na av.
Anhaguera, Campinas. "Estou em mais de 30 grupos de WhatsApp e em nenhum
aceitaram esse acordo." Segundo ele, os caminhoneiros pretendem
manter a paralisação porque o acordo não atinge as suas principais
reivindicações. "São 14 itens que a gente nem conhece. O principal é a
redução do diesel, mas não essa esmola temporária de 15 centavos."
Outro caminhoneiro de 48 anos, parado
em Campina Grande, na Paraíba e que preferiu não se identificar,
concordou que o acordo não representa os trabalhadores autônomos. "Nenhum
caminhoneiro vai aceitar esse acordo. O Brasil vende diesel para a
Bolívia a R$ 1,80 e a gasolina a R$ 2,50. Por que não pode vender aqui
também?", questionou. E reclamou de outros pontos que não
apareceram no acordo. "Por que só caminhoneiros têm que usar tacógrafo e
fazer exames toxicológicos?".
Para ele, ou todos os motoristas deveriam ser obrigados a cumprir tais exigências ou que nenhum fosse. "Pagamos
R$ 400 para um exame toxicológico, IPVA, diesel caro e ainda temos que
pagar pedágio", disse. "Não está faltando nem comida, nem bebida para
gente, vamos continuar nas estradas", afirmou o caminhoneiro.
(DOL com informações da FolhaPress)
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