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O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi
condenado pelo Conselho de Sentença do 2° Tribunal do Júri da Capital,
do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), no crime de homicídio
triplamente qualificado (motivo torpe, sem chances de defesa e com
emprego de tortura) e por comandar a execução do estudante de
informática Michel Anderson Nascimento dos Santos, de 21 anos.
Beira-Mar
recebeu a pena de 30 anos de prisão. O estudante foi morto, em agosto
de 1999, na Favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense
após ser torturado, enquanto, da prisão, o traficante dava as ordens por
meio de ligação telefônica.
Como Beira-Mar está preso na
Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, o julgamento,
presidido pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal da Capital, Daniel
Werneck Cotta, foi feito por meio de videoconferência. Segundo o TJRJ,
essa foi a primeira vez que uma sessão do Júri foi feita pelo sistema na
Comarca da Capital. Logo no início, o traficante informou que ia usar o
direito de se manter em silêncio.
Na sentença, o juiz afirmou que
durante os atos de tortura, o traficante pedia a seus comparsas que
chamassem o estudante ao telefone e com ironia falava com a vítima, o
que demonstrou frieza e "aparente satisfação com o sofrimento alheio".
As gravações da conversa de Beira-Mar, em que monitorava os integrantes
de seu grupo, foram incluídas nos autos. O magistrado disse que, por
isso, julgou procedente a punição decidida pelo conselho de sentença,
formado por sete jurados populares.
De acordo com o TJRJ, com a
decisão de fazer o julgamento por videoconferência, não foi necessário
deslocar Fernandinho Beira-Mar, o que rendeu para o Júri no Rio
economia de, pelo menos, R$ 120 mil. O cálculo foi feito com base em
estimativa dos gastos que o Ministério da Justiça teve na última vinda
do traficante ao Rio, para o julgamento feito no dia 13 de maio 2015,
quando o réu foi condenado a 120 anos de prisão por ter comandado, em
2002, uma rebelião no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do
Rio, quando foram mortos quatro traficantes de uma facção rival.
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