Desde segunda feira, 17, 05 funcionários da “Arte Ponto Com”
(Construtora e Comercio de Materiais de Construção LTDA- EPP), estão
sendo mantidos reféns na Aldeia Teles Pires, localizada no Alto Tapajós,
município de Jacareacanga no sudoeste do Pará.
(Aldeia Teles Pires)
No ano passado a construtora foi vencedora de um certame para a
construção de um Posto de Saúde na Aldeia Teles Pires, o prazo para
inicio da obra foi em 23|10|2015 com previsão para o termino em
23|10|2016, porem ate agora obra não foi concluída, esta apenas em sua
fundação e não tem previsão de reinicio em nem conclusão.
(inicio da obra)
Revoltados com o descaso da empresa os indígenas radicalizaram,
aproveitaram a visita do engenheiro da obra na aldeia juntamente com
alguns funcionários da construtora, chamaram todos, relataram a revolta
da aldeia e comunicaram aos mesmos que a partir daquele momento eles não
poderiam deixa o local, seriam mantidos reféns ate que a empresa
sanasse os problemas da obra. A iniciativa foi tomada pela Associação
Indígena Dace, que aponta várias irregularidades cometidas pela
construtora: Não cumprimento do prazo de conclusão da obra;
Baixas diárias pagas aos indígenas que trabalham como ajudante na obra;
Descumprimento dos direitos trabalhistas com os indígenas; Falta de
alimentação adequada; Não pagamentos deste julho do corrente ano; Falta
de equipamentos de segurança, esses são alguns itens citados pela associação em documento enviado ao DSEI.
(reféns)
Na manhã desta quinta feira, 20, a reportagem do BJR procurou a
coordenadora do Distrito Sanitário Especial Rio Tapajós; Cleidiane
Carvalho. Em entrevista disse que ficou sabendo da situação na manhã de
terça feira, 18, e que logo entrou em contato com as lideranças da
aldeia para saber o que estava acontecendo, depois tomar ciência entrou
contato com a construtora para tentar sanar os problemas denunciados
pela associação. Os indígenas disseram que só vão liberar os reféns
quando o dono da construtora for ate a aldeia e garantir o reinicio dos
trabalhos e também garantir a conclusão da obra o mais rápido possível.
(Cleidiane Carvalho, coord, DESEI)
Por sua vez a empresa alega que teve alguns percalços para a construção
do posto, como por exemplo, a dificuldade para o transporte de material
de construção, devido à seca do rio. Em nota ao DSEI a construtora
contesta algumas reclamações dos indígenas, e disse que vem cumprindo
com o que foi acordado. Cleidiane disse que ainda que esta mantendo
contato diretamente comas lideranças indígenas para tentar resolver a
situação, também falou com o engenheiro, um dos reféns, “... falei com
ele, (engenheiro), e ele me disse que esta bem, não esta sendo agredido e
nem mau tratado, apenas não pode deixar a aldeia”, disse a
coordenadora, que esta empenhada em resolver o problema, espera que a
empresa possa reiniciar os trabalhos para autorizar o pagamento.
(índios e reféns)
Um vídeo feito pelos próprios indígenas e divulgado na rede social.
“Queremos a presença do dono da empresa em nossa aldeia. Enquanto o dono
da empresa não chegar aqui na nossa aldeia, os nossos reféns não vão
sair da nossa aldeia. Queremos o dono da empresa para conversar com a
gente, explicar o quê que está acontecendo nas obras da nossa aldeia.
Isso que a gente está querendo, reivindicando o nosso direito”, afirmou o
índio Munduruku.
(um dos reféns)
(reclamação dos indígenas)
(oficio do DSEI à empresa)
(Resposta da empresa ao DSEI)
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