quinta-feira, 21 de setembro de 2017

PARÁ NEWS: 'Punição não trará meu filho de volta', lamenta pai de empresário que morreu após consumir droga adulterada, em Belém J

João Rodrigues se pronunciou a respeito da prisão de suspeito de ter vendido  droga adulterada ao seu filho João de Deus, morto por overdose em 2015 (Foto: Reprodução/Facebook)A prisão e punição dos responsáveis pela morte do meu amado filho não o trará de volta, tampouco colocará fim à saudade, que sei ser eterna", lamenta, em texto publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (20), o empresário pai de João de Deus Pinto Rodrigues, 27 anos, que morreu na noite de 27 de fevereiro de 2015, em Belém, após o consumo de drogas em um boate.
Um homem identificado como Jeferson Michel Miranda Sampaio foi preso acusado pelo Ministério Público de envolvimento no caso, que teria sido uma "overdose encomendada". Segundo o MP, Jeferson teria vendido propositalmente uma droga adulterada à vítima, com o objetivo de matá-lo. As investigações continuam para se chegar ao mandante do crime. O suspeito se apresentou à polícia na terça (19). 
 
Sobre a prisão, o empresário João Rodrigues, pai da vítima, afirmou na postagem que o "sentimento não é de alegria. (...). Contudo, a justiça se faz necessária, até para que outras famílias não venham a amargar a perda de um filho".
"Sempre confiei na justiça de Deus e também na dos homens, que começa a ser feita. (...) Em memória de meu filho, prossigo na luta e na confiança que este crime não reste impune!", assinalam João e Regina Rodrigues.

Overdose “encomendada”

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Estado em 8 de agosto deste ano, pelo promotor de Justiça José Rui de Almeida Barbosa, acusa Jeferson de ter agido de forma dissimulada e com dolo dirigido ao resultado morte, quando, na noite de 27 de fevereiro de 2015, no interior da casa noturna, ministrou a João Rodrigues dose letal da droga GHB, conhecida como “gota”, fazendo-o crer que se tratava de uma droga comum, como as outras que costumava lhe fornecer.
Vinte pessoas foram ouvidas e a maioria apontou Michel como fornecedor de ecstasy e LSD nas festas. “A convicção quanto à existência e autoria do crime de homicídio qualificado decorre de perícia técnica e dos elementos de prova testemunhal colhidos na fase de investigação preliminar”, diz o Ministério Público na denúncia.
Inicialmente parecia ter sido uma overdose acidental, mas a 3ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) e chegou à conclusão de que foi uma “overdose encomendada”, solicitando a prisão preventiva do acusado.
“O fato delituoso tem características de crime de mando. Por isso as investigações vão continuar para se chegar ao mandante”, disse a promotora de Justiça Rosana Cordovil, em entrevista coletiva.

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