A
prisão e punição dos responsáveis pela morte do meu amado filho não o
trará de volta, tampouco colocará fim à saudade, que sei ser eterna",
lamenta, em texto publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (20), o
empresário pai de João de Deus Pinto Rodrigues, 27 anos, que morreu na
noite de 27 de fevereiro de 2015, em Belém, após o consumo de drogas em
um boate.
Um homem identificado como Jeferson Michel Miranda Sampaio foi preso
acusado pelo Ministério Público de envolvimento no caso, que teria sido
uma "overdose encomendada". Segundo o MP, Jeferson teria vendido
propositalmente uma droga adulterada à vítima, com o objetivo de
matá-lo. As investigações continuam para se chegar ao mandante do crime.
O suspeito se apresentou à polícia na terça (19).
Sobre a prisão, o empresário João Rodrigues, pai da vítima, afirmou na
postagem que o "sentimento não é de alegria. (...). Contudo, a justiça
se faz necessária, até para que outras famílias não venham a amargar a
perda de um filho".
"Sempre confiei na justiça de Deus e também na dos homens, que começa a
ser feita. (...) Em memória de meu filho, prossigo na luta e na
confiança que este crime não reste impune!", assinalam João e Regina
Rodrigues.
Overdose “encomendada”
A denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Estado em 8 de agosto
deste ano, pelo promotor de Justiça José Rui de Almeida Barbosa, acusa
Jeferson de ter agido de forma dissimulada e com dolo dirigido ao
resultado morte, quando, na noite de 27 de fevereiro de 2015, no
interior da casa noturna, ministrou a João Rodrigues dose letal da droga
GHB, conhecida como “gota”, fazendo-o crer que se tratava de uma droga
comum, como as outras que costumava lhe fornecer.
Vinte pessoas foram ouvidas e a maioria apontou Michel como fornecedor
de ecstasy e LSD nas festas. “A convicção quanto à existência e autoria
do crime de homicídio qualificado decorre de perícia técnica e dos
elementos de prova testemunhal colhidos na fase de investigação
preliminar”, diz o Ministério Público na denúncia.
Inicialmente parecia ter sido uma overdose acidental, mas a 3ª
Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri instaurou um Procedimento
Investigatório Criminal (PIC) e chegou à conclusão de que foi uma
“overdose encomendada”, solicitando a prisão preventiva do acusado.
“O fato delituoso tem características de crime de mando. Por isso as
investigações vão continuar para se chegar ao mandante”, disse a
promotora de Justiça Rosana Cordovil, em entrevista coletiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário