O Estado Islâmico (EI) chegou onde desejou com a
série de atentados que vem perpetrando mundo afora, inaugurados de forma
mais agressiva nos atos de terrorismo em Paris: ser referido em um
pronunciamento à nação, proferido pelo presidente dos EUA.
Os
ataques, a serviço do EI, do americano Syed Farook e sua mulher
paquistanesa, Tashfeen Malik, na Califórnia, é mais um dos episódios do
terrorismo doméstico, planejado e efetivado com a ajuda de cidadãos
norte-americanos.
Obama alçou o atentado da
Califórnia a nível de importância máxima a ponto de ter feito dele o
tema do seu terceiro pronunciamento à nação em praticamente 8 anos de
mandato, desde o salão oval da Casa Branca, local usado para emitir
falas de grande gravidade.
O presidente Obama aproveitou a oportunidade para reforçar a cruzada para o controle de vendas de armas nos EUA, que sofre pesada oposição do partido Republicano.
Mas
Obama, com o evento da Califórnia, ganhou para a causa de controle de
armas, a ajuda de um dos mais tradicionais porta-vozes dos republicanos,
o jornal The New York Times, que no seu primeiro editorial de primeira
página, desde 1920, manifestou-se, no sábado (5), a favor do controle da
venda de armas nos EUA.
Com uma coligação de peso no calcanhar,
tendo como tríplice entente os EUA, a França e a Inglaterra, e correndo
por fora, mas na mesma linha, a Rússia, o EI deverá recrudescer os
ataques através de agentes domésticos contra os interesses destes
países, forçando-os a caça-lo em seus territórios, onde possui
mobilidade tática.
Mas Obama, no pronunciamento de ontem (7), avisou que não jogará os EUA nessa arapuca: "Não
deveríamos ser dragados mais uma vez para uma longa e custosa guerra no
terreno no Iraque e na Síria. É isso que grupos como o EI querem".
Está
entendido aí, que a guerra será de propulsão, portanto, a exemplo do
que fez a França, os EUA deverão deslocar porta-aviões para o litoral da
Síria, o que não será visto com bons olhos pela Rússia, tornando a
região num coquetel de estresse marcial de delicado controle.
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