quarta-feira, 6 de junho de 2018

EM FOCO NEWS: Estudantes ocupam colégio em situação de abandono do Estado Pará

Estudantes ocupam colégio em situação de abandono (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)Cartazes na fachada anunciavam a ocupação da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Helena Guilhon. Em um deles, os dizeres escritos em colorido ironizavam: “Ocupada pelos Pombos”. Os alunos, autores das palavras, denunciam que a escola está tomada pelos pássaros há anos e isto é uma das principais causas para a ocupação do espaço pelos próprios estudantes. Situada no Conjunto Satélite, no bairro do Coqueiro, em Belém, eles dizem que a escola está abandonada.

O grupo de ocupantes é formado por 30 alunos e está no espaço há cerca de duas semanas. A manifestação é pacífica, segundo o estudante do 2° ano do Ensino Médio, Denilson de Souza, um dos líderes do movimento. Ele diz que a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) não cumpriu com as promessas de reformas na escola em 2015, quando os alunos cobraram as mesmas melhorias.

Três anos depois, o prédio está do mesmo jeito. É nesse ambiente que estudam cerca de 1.200 alunos, distribuídos em três turnos, além das turmas noturnas de Educação de Jovens e Adultos. Ventiladores sucateados, paredes pichadas, portas de banheiros quebradas. Para piorar, o laboratório de Informática, com equipamentos ultrapassados, está fechado.

Nos fundos da escola, o mato está alto, mas o que mais preocupa a comunidade escolar é a proliferação de ninhos de pombos e de fezes desses animais, que estão espalhados por toda parte do prédio, como nos pisos, forros e até nas salas.
Cadeiras quebradas ficam entulhadas em uma área do espaço. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)
Montes de carteiras e mesas escolares também fazem parte do cenário de abandono da escola. Em dois espaços, é possível ver montes de materiais que nunca mais foram retirados do local nem repostos para as salas de aula, segundo os alunos. “Já faz anos que essas carteiras foram descartadas e não fizeram as devidas substituições delas por novas”, critica Denilson.

SOLIDARIEDADE

Estudante e mãe de um dos alunos, Ana Veiga diz que prepara as refeições dos alunos. “Aqui, a gente se ajuda, pede doação de alimentos, um ajuda com uma coisa, outro com outra, até que no fim todos se alimentam”, conta. Os alunos se revezam para fazer a limpeza de banheiros e dos espaços que contêm fezes de pombos e da escola. 
Os próprios estudantes fazem um mutirão de limpeza no prédio. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)
Além da limpeza, a professora Ediana informa que os docentes fazem coleta para a aquisição de itens básicos da educação. “Até comprar pincéis para dar aula os professores fazem. Através de rifas, festas em datas comemorativas, tudo é feito para angariar fundos para manter a escola”, diz Mendes.

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