A Associação dos Amigos
do Museu Aracy Paraguassú – AAMAP manifesta sua irrestrita solidariedade à comunidade da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em especial, do Museu Nacional, diante da tragédia que
atingiu a instituição.
Este lamentável episódio do incêndio do Museu Nacional que
ocorreu na noite do dia 02 de setembro, nos remete à reflexão sobre as
condições que afetam as políticas públicas de preservação do patrimônio
histórico, da cultura, da educação e da ciência mas, além disso, o setor
público como um todo. Fruto da dedicação de profissionais durante os 200 anos
de existência do Museu, as coleções lá existentes inspiraram gerações de
brasileiros e visitantes de todo o mundo, possibilitando a pesquisa e a geração
de conhecimento, centrais para a humanidade e para consolidação de nossa
posição enquanto nação.
Dentre as causas desta tragédia, estão as políticas de
austeridade fiscal, que atingem diretamente instituições públicas como as
universidades, resultando no abandono de áreas tão sensíveis e fundamentais para
o desenvolvimento do Brasil.
Neste momento de profunda tristeza e indignação, devemos
denunciar com mais vigor as precariedades motivadas pelas restrições de
recursos e as dificuldades de gestão, que geram obstáculos à administração de
áreas de tamanha complexidade como é a área de patrimônio científico.
A história do Museu Aracy Paraguassú de Itaituba - PA, em
certa medida, confunde-se com a trajetória do Museu Nacional. Ao longo de mais
de uma década, considerado uns dos mais novos museus no Brasil, que vem a cada
ano tentando se estruturar para levar a sociedade conhecimento voltado a história
de Itaituba em seu desenvolvimento. Atualmente o Museu encontra-se provisoriamente em um salão
cedido pela Prefeitura Municipal de Itaituba medindo 9x16m². O atual prédio,
pertencente a COSANPA, área dada ao Estado do Pará para ampliação do serviço de
abastecimento de água na cidade. A qualquer momento poderá fechar as portas.
Há propostas para a sede do Museu, passa para o Paço
Municipal construído em 06 de junho de 1900 em estilo colonial composto de 13
salas, apropriado para o funcionamento. Temos, portanto, o dever e a obrigação
de estar ao lado dos servidores e da sociedade como um todo, alertando para a
necessidade primordial de um setor público que tenha nas políticas de ciência e
tecnologia, educação e cultura, pilares de um país dono de seu destino.
Não podemos assistir passivamente à destruição de políticas
públicas gerada no rastro da PEC do Teto dos Gastos, em favor de interesses que
flagrantemente geram cada vez mais concentração de renda, desemprego e abandono
de setores estratégicos como a saúde, a educação e a ciência e tecnologia,
preservação do patrimônio cultural e histórico, fundamentais para a construção de um Brasil justo,
democrático e soberano.
Damião Oliveira de Souza Cavalcante
Presidente
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