O
biólogo Fernando de Castro Reinach é doutorado pela Cornell University
Medical College, de Nova York, pos-doutorado pelo Ludwig Institute of
Cancer Research, na área de biologia e anatomia celular, livre docente
do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de
São Paulo e professor Titular do Departamento de Histologia e
Embriologia da Universidade de São Paulo.
A
apresentação é suficiente para que se leia com atenção um artigo por ele
publicado no Estadão no dia 06.02, sobre um dos assuntos da voga, o
zika vírus, demonstrando que, embora não se deva destituir a evidência
com a qual o termo é tratado pela imprensa e pelo governo, a forma como é
exposto pode não estar provida do rigor científico adequado, o que,
talvez, desvelasse como desleixamos providências preventivas e sonegamos
informações de saúde pública.
Alega Reinach, e isso já foi dito por vários experts no assunto,
que a microcefalia sempre existiu no Brasil e os eventos, milhares ao
ano, nunca foram notificados, pois não eram de anotação compulsória (!),
e somente agora, com a hipótese, ainda não comprovada cientificamente,
de que uma das causas desta condição neurológica é a infecção pelo zika,
é que os governos declararam guerra ao aedes aegypti, cujas notificações “de culpa” não chegam a 10% dos casos de microcefalia existentes no Brasil.
Conclui-se do artigo, portanto, que é fato a necessidade de combater o aedes aegypti,
antes porque o mosquito é um agente nocivo de outros males, mas o
Brasil deveria despender parte desse foco para combater a microcefalia,
assim como estabelecer políticas de saúde referentes aos seus
portadores, que são dezenas de milhares.
O que vemos agora são autoridades desfilando Brasil afora, fantasiados de expedicionários da guerra ao aedes aegypti. Mas essa tarefa passará, todos voltarão aos seus gabinetes, o aedes aegypti
voltará a sua (in)significância e os microcéfalos, do zika e doutras
causas, continuarão anônimos, sem eira e nem beira, a serem gerados como
dantes, nesse quartel de Abrantes.
Para ler o artigo do Doutor Reinach clique aqui.
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